BCE, balanços nos EUA, Méliuz e o que mais move o mercado
Investidores aguardam discurso de Christine Lagarde sob expectativa de endurecimento da política monetária
Guilherme Guilherme
Publicado em 14 de abril de 2022 às 07h05.
Última atualização em 14 de abril de 2022 às 09h08.
O mercado internacional inicia esta quinta-feira, 14, à espera da decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), prevista para esta manhã. A reunião ocorre sob duras críticas sobre inércia do BCE quanto às pressões inflacionárias. Porém, a perspectivas é de que, mais uma vez, as taxas de juros zerada e a taxa de depósito em terreno ainda negativo. Às 9h30, as atenções estarão voltadas para o discurso da presidente do BCE, Christine Lagarde, que deve dar mais pistas sobre seus próximos passos.
O início do ciclo de alta dos juros na Europa já é visto como inevitável, diante de políticas mais duras do Fed e da maior inflação da história da Zona do Euro, que roda a 7,5% no acumulado de 12 meses. A equipe de análise do banco europeu ING, porém, acredita que o BCE irá voltar a frustrar investidores que esperam uma postura mais contracionista.
"Nosso cenário-base é que o BCE ficará aquém das expectativas do mercado em torno de uma inclinação hawkish na mensagem, já que a incerteza sobre o desenvolvimento e as implicações econômicas do conflito na Ucrânia devem encorajar os formuladores de políticas a manter suas opções em aberto", disseram em nota.
A esperança de uma postura mais contracionista impulsiona o euro nesta manhã, após acumular 4% de queda no ano frente ao dólar. Mas a decepção, segundo o ING, deve inverter o movimento no curto prazo, com o euro voltando a se desvalorizar. O índice dólar, que mede a variação da moeda americana frente às desenvolvidas (em especial o euro) segue próximo de seu maior patamar desde 2020, em quase 100 pontos, ainda que em leve queda nesta manhã.
Veja a seguir o desempenho dos indicadores às 7h (de Brasília):
- Hang Seng (Hong Kong): +0,67%
- SSE Composite (Xangai): +1,22%
- Nikkei (Tóquio): +1,22%
- FTSE 100 (Londres): +0,07%
- DAX (Frankfurt): +0,14%
- CAC 40 (Paris): +0,52%
- S&P futuro (Nova York): +0,02%
- Nasdaq futuro (Nova York): +0,12%
- Petróleo Brent (Londres): -1,46% (para US$ 107,32)
Índices futuros dos Estados Unidos operam próximos da estabilidade nesta manhã, após terem apresentado firme recuperação no pregão de ontem. Além do BCE, segue no radar do mercado americano os balanços do primeiro trimestre de alguns dos principais bancos do país. Entre eles, estão os do Goldman Sachs, Citigroup e Wells Fargo. O JPMorgan, que apresentou seus números na véspera, caiu mais de 3% na sessão anterior.
Nos Estados Unidos, economistas também aguardam os dados de vendas do varejo e de pedidos semanais de seguro desemprego, que vem de seu menor nível desde 1968.
Prévia da Méliuz
Enquanto a temporada de balanços não inicia no Brasil, algumas empresas já apresentam sua prévias operacionais. A Méliuz, que divulgou a sua na última noite, registrou volume de vendas (GMV) de R$ 1,6 bilhão, 65% acima do apresentado no mesmo período do ano passado. A base de usuários cresceu 44% na comparação anual para 23,6 milhões
Petrobras
Os nomes deJosé Mauro Ferreira Coelho, indicado à presidência da Petrobras, e Márcio Andrade Weber, indicado à presidência do conselho, foram confirmados em assembleia realizada na tarde de ontem.
A Petrobras (PETR3/PETR4) também anunciou o recebimento de R$ 5,26 bilhões da Shell como compensação pela fatia de 25% de Atapu, adquirido em consórcio em dezembro.