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BC resiste em sinalizar novo teto para câmbio

Uma movimentação técnica no mercado futuro de câmbio também está influenciando a formação de preço à vista


	Como no mercado futuro o dólar encerrou na quarta-feira acima do teto informal de R$ 2,10, houve nesta quinta-feira a disparada de ordens de venda no segmento de opções de câmbio
 (Oscar Siagian/AFP)

Como no mercado futuro o dólar encerrou na quarta-feira acima do teto informal de R$ 2,10, houve nesta quinta-feira a disparada de ordens de venda no segmento de opções de câmbio (Oscar Siagian/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2012 às 10h02.

São Paulo- O dólar no mercado à vista abriu em alta, após ter alcançado na quarta-feira (21) o maior valor em três anos e meio no País, cotado a R$ 2,094 no balcão. Por volta das 9h20, no entanto, o pronto no balcão devolveu os ganhos iniciais e chegou a recuar levemente, num alinhamento com a desvalorização exibida pela moeda norte-americana ante o euro. Uma movimentação técnica no mercado futuro de câmbio também está influenciando a formação de preço à vista.

Como no mercado futuro o dólar para dezembro de 2012 encerrou na quarta-feira (21) acima de teto informal de R$ 2,10, cotado a R$ 2,1020, houve nesta quinta-feira logo cedo a disparada de ordens de venda no segmento de opções de câmbio, afirmou um fonte de um banco. Com isso, o dólar para dezembro de 2012 já abriu em baixa e se mantém no campo negativo desde então.

Às 9h52, o dólar para dezembro estava na mínima, a R$ 2,0960, em baixa de 0,29%, de uma máxima na abertura em R$ 2,1010, com leve queda de 0,05%.

No mercado à vista, nesse horário, o dólar no balcão também estava na mínima, a R$ 2,0930, baixa de 0,05%, de uma máxima na abertura de R$ 2,0980, com alta de 0,19%.

Estimulado por sinais recentes de autoridades do governo em favor de um dólar mais forte, os players no mercado futuro testaram ontem a autoridade monetária a fim de avaliar se o nível de R$ 2,10 ainda representa um teto informal da moeda ou se o estouro desse limite poderia ser chancelado pelo BC, através de um leilão de swap cambial, o que não ocorreu por enquanto.


"A persistente valorização da moeda ante o real mostra que o mercado está buscando um novo patamar para o câmbio em que o Banco Central poderia atuar", disse um operador de um banco. Segundo ele, a cotação da moeda acima de R$ 2,10 no mercado futuro disparou ordens de venda no segmento de opções de câmbio. Por isso, o dólar futuro abriu menos pressionado nesta quinta-feira, afirmou a fonte que não quer ser identificada.

Mas os agentes de câmbio não descartam uma nova pressão sobre a moeda diante do real, caso seja divulgada alguma notícia ruim no exterior. Como nesta quinta-feira é feriado pelo dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, a expectativa é de que poderá haver um volume de negócios mais moderado no câmbio interno, já que os mercados ficarão fechados em Nova York. Prevendo isso, os investidores reforçaram antecipadamente suas posições na quarta-feira (21), garantindo um forte volume financeiro no mercado futuro de dólar, de US$ 19,474 bilhões, sendo US$ 19,322 bilhões para o contrato de dezembro.

Segundo um operador de uma corretora de câmbio, neste início de sessão, a influência da queda da moeda dos EUA em relação ao euro está prevalecendo sobre o comportamento quase lateral do dólar ante outras divisas correlacionadas com commodities no exterior. Às 9h56, o euro subia a US$ 1,2880, de US$ 1,2830 no fim da tarde de quarta-feira (21).

Os investidores estão à espera da reunião de líderes da União Europeia para traçar diretrizes do Orçamento do bloco para o período de 2014 a 2020, que começa nesta quinta-feira. Além disso, o mercado de moedas reagiu discretamente à melhora do índice dos gerentes de compras (PMI) industrial da China, que subiu de 49,5 em outubro para 50,4 em novembro, conforme pesquisa preliminar do HSBC. Essa é a primeira vez em mais de um ano que o dado - que mede a evolução das compras entre empresas e é considerado indicador antecedente à produção - fica acima de 50 pontos, sugerindo expansão da atividade industrial.

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