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BC eleva rolagem de swaps e dólar tem leve baixa

Anúncio, feito no fim da manhã, abriu espaço para uma desaceleração do dólar, reforçada mais tarde pelo recuo maior da moeda no exterior


	Anúncio do BC, feito no fim da manhã, abriu espaço para uma desaceleração do dólar, reforçada mais tarde pelo recuo maior da moeda no exterior
 (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Anúncio do BC, feito no fim da manhã, abriu espaço para uma desaceleração do dólar, reforçada mais tarde pelo recuo maior da moeda no exterior (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2014 às 16h08.

São Paulo - O Banco Central decidiu atuar nesta sexta-feira, 14. Em meio à pressão no mercado de câmbio, que fez o dólar encostar nos R$ 2,63 pela manhã, a instituição decidiu elevar a oferta de swaps para rolagem dos contratos que vencem em dezembro.

O anúncio, feito no fim da manhã, abriu espaço para uma desaceleração do dólar, reforçada mais tarde pelo recuo maior da moeda no exterior e pelas especulações de que Alexandre Tombini permanecerá no comando do BC - e fora do Ministério da Fazenda. No fim, a moeda à vista virou para encerrar em leve baixa de 0,08%, aos R$ 2,5940.

No pior momento do dia, às 10h49, chegou a marcar a máxima de R$ 2,6280 (+1,23%), no maior valor intraday desde 5 de abril de 2005 - ainda no primeiro governo Lula.

À tarde, já após o anúncio do BC e com o recuo mais consistente da moeda no exterior, o dólar chegou a cair pontualmente às 15h19, na mínima de R$ 2,5950 (-0,04%).

Desde ontem, a pressão no mercado de câmbio era grande. As indefinições sobre a equipe econômica do segundo governo Dilma Rousseff estressava o mercado, sendo que analistas e operadores questionavam o fato de o BC, apesar de o dólar se aproximar dos R$ 2,60, apenas observar.

À noite, em reação ao movimento do dia, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Mendes, afirmou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que o aumento da volatilidade no mercado financeiro é "normal".

Só que os comentários não bastaram para segurar a pressão hoje. O dólar abriu com viés de alta nesta sexta-feira e foi renovando máximas ante o real nas primeiras horas de negócios.

Foi então que, perto das 12 horas, o Banco Central anunciou que na próxima segunda-feira vai oferecer até 14 mil contratos de swap cambial para rolagem dos vencimentos de dezembro - e não mais os 9 mil que vinha ofertando.

Na prática, se mantiver este ritmo de 14 mil contratos até o fim do mês, quase a totalidade dos contratos será rolada.

Serão rolados 193.000 (US$ 9,650 bilhões) dos 196.620 contratos (US$ 9,831 bilhões) programados para vencer, com o equivalente a 3.620 contratos (US$ 181 milhões) sendo retirados do sistema.

A conta considera oito dias úteis até o fim do mês, a partir da próxima segunda-feira, sendo que foram excluídos o dia 20 (quando é feriado em São Paulo e o BC tende a não atuar) e o dia 28 (quando ocorre formação da ptax e a instituição não costuma intervir).

Os ajustes a esta perspectiva tiraram força do dólar, assim como a baixa da moeda norte-americana em outras praças. Perto das 16h30, o dólar cedia 0,40% ante o dólar australiano, caía 0,79% ante o canadense, tinha baixa de 0,50% ante o neozelandês, cedia 0,89% ante o rand sul-africano e recuava 0,47% ante a lira turca.

Além disso, profissionais citavam a possibilidade de Tombini permanecer no BC. Mais do que a permanência na instituição, é visto com bons olhos a possibilidade de ele não ser o ministro da Fazenda de Dilma Rousseff. O problema é que, neste caso, ainda não se sabe o nome do substituto de Guido Mantega.

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