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BB quer mais risco no crédito: “vamos buscar nossa fatia justa de mercado”

Gestão reforçou que inadimplência está controlada e que estão seguros com crescimento em novas linhas

Tarciana Medeiros, CEO do Banco do Brasil

Tarciana Medeiros, CEO do Banco do Brasil

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 8 de agosto de 2024 às 14h24.

Última atualização em 8 de agosto de 2024 às 14h24.

O Banco do Brasil (BBAS3) está se preparando para crescer em linhas de crédito mais arriscadas, fora do consignado.”Vamos buscar nossa fatia justa de mercado em segmentos que hoje atuamos de forma mais pontual”, disse a CEO Tarciana Medeiros em coletiva nesta quinta-feira, 8, para comentar os resultados do banco no segundo trimestre.

O banco estatal havia desacelerado a concessão fora do consignado para proteger a carteira da alta inadimplência que afetou o setor bancário no pós-pandemia. Agora, com os modelos de concessão de crédito revistos, o BB quer pavimentar a retomada da concessão ao longo do segundo semestre de olho em 2025.

“Será uma disponibilidade de crédito para clientes que já são nossos e que já conhecemos”, explicou Medeiros. “Vamos correr um pouco mais de risco, mas é risco calculado, com modelos que nos dão plena segurança para execução da estratégia.”

O crescimento da carteira de crédito foi o principal motor para o lucro de R$ 9,5 bilhões no segundo trimestre. A carteira ampliada somou R$ 1,183 trilhão no período, crescimento de 13,21% em 12 meses. Um terço do montante veio da pessoa física, que somou R$ 320,8 bilhões. E dentro do segmento PF, o BB destacou o crescimento de 10,6% do crédito consignado, contra alta de apenas 2,8% do crédito sem garantia.

Mais arriscado, o crédito sem garantia costuma ser mais rentável para os bancos. “É uma linha de negócios que pode trazer mais margem para o Banco do Brasil”, reforçou Geovane Tobias, CFO do banco. 

A decisão de acelerar o risco vem em um momento onde a inadimplência do BB subiu, na contramão dos concorrentes que apresentaram queda ou estabilidade do indicador. No Banco do Brasil, o índice de inadimplência longo da carteira, com atrasos acima de 90 dias, foi de 3,0% avanço de 0,27 p.p. em um ano. Na comparação trimestral, o índice subiu 0,1 p.p..

Quem puxou a inadimplência não foi segmento de pessoa física, mas o de pessoa jurídica e o de agronegócio. A carteira PJ ficou com inadimplência de 3,38%, alta de 0,8 p.p., enquanto a de agro subiu 0,74 p.p., para 1,32%.

“A carteira de pessoa jurídica está um pouco nervosa, mas a nova inadimplência [de 15 a 90 dias] está controlada, indicando uma tendência de redução. No agro, houve um pequeno crescimento da inadimplência dentro de um processo de normalização”, avaliou Felipe Prince, o vice-presidente de controles internos e gestão de riscos do BB. 

Prince reforçou que os modelos para nova concessão de crédito já estão sendo testados em nichos específicos e que tem apresentado bons resultados. “Não vamos crescer de forma desordenada.”

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