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Bancos geram otimismo antes de balanços: há espaço para novas altas?

Ações sobem em véspera de divulgação de resultados; mercado vê oportunidades no setor após quedas de janeiro

Itaú: banco estreia temporada de balanços do setor (Gabriel Correa/Exame)

Itaú: banco estreia temporada de balanços do setor (Gabriel Correa/Exame)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 1 de fevereiro de 2021 às 16h40.

Última atualização em 1 de fevereiro de 2021 às 17h01.

A temporada de balanços dos maiores bancos do país começa nesta semana, com a divulgação dos resultados de Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC3/BBDC4) e Santander (SANB11). Na próxima semana, será a vez do Banco do Brasil (BBAS3). 

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A expectativa do mercado é de que fortes resultados reforcem a percepção de que os papéis do setor estão baratos, principalmente após passarem por desvalorizações que chegaram a superar 10% em janeiro.

No primeiro pregão de fevereiro, contudo, o otimismo pelos resultados que estão por vir levou investidores a retomarem as apostas no setor, que foi um dos principais responsáveis pela alta do Ibovespa. Às vésperas de apresentar o resultado do quarto trimestre, os papéis do Itaú chegaram a subir 3,5% na máxima do dia. 

“Mantemos nossa visão positiva sobre os bancos, pois esperamos que a dinâmica dos lucros melhore ao longo do ano e consideramos as avaliações atrativas, após o fraco desempenho desde o início do ano”, afirmam em relatório analistas do Bank of America.

Para os balanços do quarto trimestre, analistas do UBS projetam um crescimento médio de 4% do lucro por ação dos bancos, impulsionado por efeitos sazonais e pela recuperação econômica no período.

No caso do Itaú, que apresenta resultado nesta noite, as previsões são ainda mais otimistas, de crescimento de 8% no lucro líquido recorrente para 5,5 bilhões de reais. “É provável que os ganhos se expandam dada a combinação de melhores taxas e menores provisões”, afirmam em relatório. 

Dentro do setor, contudo, é nas ações do Bradesco que os analistas do UBS depositam as maiores expectativas. “Acreditamos que o lucro do Bradesco deve crescer mais do que seus pares privados, atingindo alta de 9% no trimestre. Os custos também devem apresentar um bom dinamismo, com o fechamento de 394 agências - cerca de 10% da rede -  entre outubro e novembro.”

O Santander, segundo analistas do UBS, deve apresentar aumento anual de 15% da carteira de crédito, com crescimento da oferta de crédito às famílias. Já o nível de inadimplência deve sofrer leve aumento, mas encerrar o ano inferior aos de antes da pandemia, “já que o banco foi mais rígido nos programas de alívio de crédito”. 

Com previsões de que em 2021 os quatro bancos consigam resultados operacionais superiores aos de 2019 e 2020, analistas do BTG Pactual acreditam que todos os quatro bancos estão sendo negociados na bolsa a preços inferiores aos que seriam justos. Segundo eles, o Banco do Brasil é o mais descontado, com potencial de valorização de cerca de 30%

Parte desse potencial de alta se deve às quedas de janeiro, quando o chefe da instituição financeira, André Brandão, chegou a ter o cargo ameaçado pelo presidente Jair Bolsonaro por não tê-lo informado sobre o plano de redução de gastos, que envolve demissões e fechamento de agências.

Analistas da Toro Investimentos, contudo, veem a recente desvalorização como uma oportunidade de compra. “[Isso] ligou o sinal de alerta do mercado sobre possíveis intervenções estatais. [Mas] como o plano de reestruturação segue em pauta, o mercado voltou a comprar Banco do Brasil e acreditamos que isso possa impulsionar os preços no mês de fevereiro”, afirmam em nota.

Para o balanço do quarto trimestre, analistas do BTG Pactual esperam que o Banco do Brasil apresente crescimento trimestral de 36% do lucro líquido para 4,18 bilhões de reais. As estimativas estão acima do consenso de mercado Bloomberg, de 3,152 bilhões de reais - ainda assim superior ao que o banco teve no terceiro trimestre. 

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