GRUPO PÃO DE AÇÚCAR: ações da companhia tiveram segundo pior desempenho do Ibovespa após apresentação do faturamento / Germano Luders / Exame (Germano Luders/Site Exame)
Da Redação
Publicado em 28 de julho de 2016 às 18h52.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h34.
O maior déficit da história
O governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) teve um déficit primário de 32,5 bilhões de reais no primeiro semestre deste ano — o pior resultado da história para o período. No ano passado, o rombo registrado foi de 1,76 bilhões de reais. A Secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, evitou fazer estimativas otimistas, mas afirmou que, dependendo do resultado do programa de repatriação, o déficit primário do ano poderá ser menor do que os 170,5 bilhões de reais aprovados pelo Congresso.
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Bancos derrubam bolsa
Em dia marcado por balanços de grandes empresas, o Ibovespa fechou em queda de 0,33%. Os bancos tiveram fortes perdas com duas notícias do Bradesco no radar. As ações preferenciais do Bradesco caíram 4,5%; e as ordinárias do Banco do Brasil, 3,7%. Os papéis preferenciais do Itaú Unibanco e do Santander caíram mais de 1%. O Bradesco obteve um lucro de 4,1 bilhões de reais no segundo trimestre, uma queda de 7,6% na comparação anual. Em teleconferência, a companhia destacou que a inadimplência deverá crescer ao longo do ano e atingir o pico no quarto trimestre. As despesas com provisões chegaram a 10,4 bilhões de reais, uma alta de 47%. Além disso, um juiz da 10a Vara de Justiça Federal em Brasília aceitou denúncia contra o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e outras nove pessoas acusadas de irregularidades cometidas no Conselho Administrativo de recursos Fiscais (CAF).
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Usiminas: estabilização a caminho
A siderúrgica Usiminas completou dois anos de resultado no vermelho ao apresentar nesta quinta-feira um prejuízo líquido de 123 milhões de reais no segundo trimestre. Apesar do número no vermelho, ele é 84% menor do que o visto no mesmo período do ano passado. As vendas de aço da companhia caíram 29,4% na comparação com os meses de abril a junho do ano passado. Já na comparação com o primeiro trimestre, o volume de vendas ficou estável. O presidente da siderúrgica, Sérgio Leite, ressaltou que a companhia já vê sinais de estabilização tanto da economia nacional como do mercado siderúrgico do país e afirmou que junho já foi o melhor mês em termos de vendas e geração de caixa para a companhia. As ações preferenciais da Usiminas fecharam em alta de 2,4%.
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Vale reduz custos
E a mineradora Vale divulgou nesta quinta-feira uma queda de 30% em seu lucro do segundo trimestre, que foi de 3,5 bilhões de reais. O resultado fraco aconteceu por causa de uma provisão de 3,7 bilhões de reais relacionada ao rompimento da barragem de sua controlada Samarco. Já o lucro operacional foi de 8,3 bilhões de reais, uma alta de 22%. O resultado foi considerado sólido por analistas. Em teleconferência, seu presidente, Murilo Ferreira, ressaltou que a companhia conseguiu uma redução de custos que gerou uma economia de 1,8 bilhões de dólares (cerca de 5,9 bilhões de reais). Quanto à Samarco, Ferreira disse que a volta de suas operações depende de uma solução a longo prazo para a destinação dos rejeitos. As ações da empresa tiveram desempenhos distintos: as ordinárias subiram 0,63% e as preferenciais caíram 0,53%.
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Prejuízo de meio bi no Pão de Açúcar
O Grupo Pão de Açúcar (GPA), um dos maiores varejistas do país, teve um prejuízo de 583 milhões de reais no segundo trimestre deste ano, quase 42 vezes maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. A Via Varejo, companhia do GPA que reúne as operações de Casas Bahia e Ponto Frio, já havia reportado na quarta-feira 27 prejuízo de 89 milhões de reais. Apesar dos números, a receita da empresa subiu 5%, para 16,7 bilhões de reais. Após o resultado, as ações preferenciais do GPA tiveram a maior queda do dia no Ibovespa, 10,20%. O presidente da varejista, Ronaldo Iabrudi, afirmou em teleconferência que a empresa está adotando uma “atitude mais defensiva” para lidar com a realidade da economia brasileira e criar bases para crescimento no futuro.
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CVC: Carlyle de saída
As ações da operadora de viagens CVC caíram 14,3% nesta quinta-feira após a notícia de que seus principais acionistas, os fundos de investimentos BTC, pertencente ao private equity Carlyle, e o GJP, do fundador Guilherme Paulus, vão se desfazer da maior parte das ações que possuem. Os controladores colocaram à venda 60 milhões de ações da CVC, reduzindo a fatia combinada dos atuais 69% para 24,3%. O preço será fixado após a conclusão do procedimento de coleta de intenções. Além disso, a CVC divulgou um lucro de 17,6 milhões de reais, uma alta de 22,6% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
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Lucro menor na Natura
As ações da fabricante de cosméticos Natura subiram 10% nesta quinta-feira — a maior alta do Ibovespa. Ontem à noite a companhia anunciou que teve um lucro de 90,9 milhões de reais no segundo trimestre, 22% menos do que no mesmo trimestre de 2015. Analistas avaliaram que os números, apesar de ruins, vieram melhores do que as expectativas. O Deutsche Bank destacou a melhora nas vendas no mercado interno após oito trimestres seguidos de queda.
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Ministro otimista
Para o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, o mercado de trabalho deve apresentar sinais de melhora a partir de setembro. A expectativa do mercado é que, em julho, haja mais fechamento de vagas formais de trabalho do que criação de novos postos. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem, foram extintos mais de 530.000 postos de trabalho no primeiro semestre deste ano, sendo 91.000 só em junho, valor maior do que o esperado. “Em julho talvez ainda não tenhamos os números desejados, mas, a partir de setembro, acreditamos que teremos meses bem melhores”, estimou o ministro.