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Azul (AZUL4): demanda por voos sustenta crescimento de 19% na receita do 4º tri

No ano, companhia também viu receita crescer 60% ante 2021 e prejuízo líquido passar de R$ 4 bi para R$ 722 milhões

Azul: companhia negociou mais de 90% do passivo com arrendadores (Avolon/Divulgação)

Azul: companhia negociou mais de 90% do passivo com arrendadores (Avolon/Divulgação)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 6 de março de 2023 às 10h07.

Última atualização em 6 de março de 2023 às 10h40.

A demanda mais aquecida por voos sustentou o crescimento de receita da companhia aérea Azul (AZUL4) no quarto trimestre e no ano. A receita total foi de R$4,5 bilhões nos últimos três meses de 2022, 19,4% acima do mesmo período de 2021 e 36,9% acima do intervalo de 2019, quando ainda não havia pandemia.

Em 2022, a receita operacional totalizou R$15,9 bilhões, 39,4% acima de 2019 e 59,9% a mais quando comparado a 2021. Assim, a companhia encerrou o trimestre com lucro líquido de R$ 231,2 milhões, contra um prejuízo de R$ 945,7 milhões um ano antes. Esse resultado foi ajustado para despesas com debêntures conversíveis. No ano, o prejuízo líquido atribuído aos acionistas caiu de R$ 4,21 bilhões para R$ 722 milhões.

O lucro operacional foi de R$524,7 milhões no trimestre, representando uma margem de 11,8%. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Azul cresceu 6,88% no quarto trimestre, para R$ 1,10 bilhão, com uma margem de 24,6%. No ano, mais do que dobrou, passando de R$ 1,59 bilhão para R$ 3,23 bilhões, com a margem chegando a 20,3%, 4,2 pontos percentuais a mais do que um ano antes.

Negociação com arrendadores

A companhia conseguiu firmar acordos comerciais com arrendadores representando mais de 90% do
passivo de arrendamento, sujeitos a algumas condições e aprovações corporativas. Os arrendamentos representam 80% da dívida da companhia.

Com isso, os pagamentos de arrendamento serão reduzidos para eliminar diferimentos relacionados à covid-19, bem como a diferença entre as taxas contratuais de arrendamento da Azul e as taxas de mercado atuais.

"Em troca, os arrendadores receberão títulos de dívida com amortização em 2030 e ações a um preço que reflita a nova geração de caixa, melhor estrutura de capital, e menor risco de crédito da Azul", explicou a companhia.

No fim de 2022, a empresa tinha R$ 5,92 bilhões de liquidez, 10% a menos que um ano antes. Já sua dívida bruta tinha caído 5,3%, para R$ 21,81 bilhões. A dívida líquida subiu 3,7%. Assim, a alavancagem medida como dívida líquida por Ebitda dos últimos doze meses permaneceu estável no trimestre e diminuiu 5,5x nos últimos 12 meses de 11,2x para 5,7x.

O que a Azul espera para 2023

"Olhando para 2023, estamos animados pelo forte ambiente de demanda e pelas importantes conquistas da nossa malha", diz Joe Rodgerson, CEO da Azul, no texto do resultado. Em 27 de março, a empresa começa a voar a malha ampliada no aeroporto de Congonhas, na cidade de São Paulo. A empresa vai mais do que dobrar nossas operações para 84 voos diários. Também vê melhorias na capacidade internacional, que deverá se recuperar integralmente em 2023, apoiada por novas rotas e destinos.

"Estamos animados e otimistas com o que enxergamos em 2023 e no horizonte. Para o ano, esperamos gerar uma receita recorde de R$ 20 bilhões e um EBITDA também recorde de mais de R$5 bilhões, aproximadamente 40% acima em comparação com 2019"Joe Rodgerson, CEO da Azul

 

 

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