Ouro: vedas de barras de 250 gramas subiram dez vezes nas três semanas de março em relação a fevereiro; barras de um quilo avançaram 50%. (Adrian Moser/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 28 de março de 2016 às 09h51.
Pequim - A alta recente nos preços do ouro, que acumula valorização de 15% desde a mínima de seis anos que atingiu em meados de dezembro, está estimulando demanda fora de época na China, responsável por mais de um quinto do consumo mundial do metal precioso.
De modo geral, as compras de ouro na China são associadas a aquisições de joias no período do feriado do ano novo chinês, que dura sete dias e caiu na segunda semana de fevereiro neste ano.
No entanto, as incertezas que cercam a economia global têm despertado o interesse também de outro tipo de comprador, ou seja, doinvestidor pragmático.
"Tem sido muito movimentado para nós nas últimas semanas", comentou Padraig J. Seif, executivo-chefe da Finemetal Asia, grande comerciante de ouro com sede em Hong Kong que vendeu um volume maior do metal nas três semanas de março do que em todo o mês de fevereiro.
O maior salto, segundo Seif, foi nas vendas de barras de 250 gramas, que registraram aumento de dez vezes no período, ao custo de cerca de US$ 10 mil por unidade. Já as vendas de barras de um quilo avançaram 50% e foram feitas principalmente a investidores corporativos, em vez de joalheiros.
A volatilidade dos mercados acionários e cambial da China, assim como o aquecimento do mercado imobiliário em grandes cidades que encareceu muito os investimentos em propriedades, está estimulando os chineses a comprar ouro.
Segundo analistas, a demanda da Ásia contribuiu significativamente para a alta em três meses do ouro e vem compensando a fraca demanda sazonal do setor joalheiro, segundo o chefe de transações de ouro do Scotia Bank, um dos maiores bancos internacionais que negociam metais preciosos.
Outro sinal de interesse foi o aumento no ágio que os vendedores cobram acima das taxas internacionais à vista para entrega imediata do ouro. Em Hong Kong, esse adicional subiu para US$ 1 a US$ 2 por onça-troy logo após o feriado do ano novo, de US$ 0,40 a US$ 0,50 anteriormente.
A Índia, que consome quase tanto ouro quanto a China, registrou alta de 6% nas vendas para joalheiros e de moedas e barras. Normalmente, as compras de joias no país são mais fortes na época do festival hindu, em novembro. Fonte: Dow Jones Newswires.