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Da Redação
Publicado em 6 de outubro de 2010 às 12h17.
(Texto atualizado com dados)
BRASÍLIA, 6 de outubro (Reuters) - Em meio aos esforços
para conter a valorização do real, o governo ampliou nesta
quarta-feira o limite de compras de dólar que o Tesouro
Nacional pode fazer junto ao mercado.
A medida, tomada logo após o governo ter dobrado a taxação
sobre investimentos estrangeiros em renda fixa, abre espaço
para que o Tesouro adquira imediatamente mais cerca de 5,5
bilhões de dólares.
Resolução aprovada pelo Conselho Monetário Nacional na
terça-feira estabeleceu que as operações de câmbio
"podem ser contratadas para liquidação no prazo máximo de mil e
quinhentos dias" [ID:nN06254676]. O prazo anterior era de 750
dias.
A mudança, válida para todo o mercado de câmbio, implica
que o Tesouro poderá adquirir os dólares necessários para
cobrir suas dívidas vincendas nos próximos quatro anos, e não
apenas dois anos, como valia até então.
Segundo dados do Tesouro, os vencimentos adicionais da
dívida mobiliária em dólares que serão alcançados pelo novo
prazo somam 5,5 bilhões de dólares.
Considerando o total dos vencimentos externos em títulos,
incluindo também papéis em euros e reais, a soma é de 7,7
bilhões de dólares.
"É mais uma medida para tentar segurar o câmbio", afirmou
Luiz Eduardo Portella, do Banco Modal, destacando o fato de o
dólar ter caído na terça-feira, após o aumento da alíquota do
IOF de 2 para 4 por cento.
"Então, acho que o governo vai se empenhar para adotar mais
medidas para segurar a moeda (nessa) guerra cambial que está
tendo no mundo."
O dólar caiu 1 por cento na terça-feira, para 1,675 real, o
menor patamar de fechamento em mais de dois anos, influenciado
pelo corte de juro no Japão e por expectativa de mais estímulos
nos Estados Unidos.
Esta é a segunda vez no ano que o CMN amplia o prazo de
liquidação dos contratos celebrados pelo Tesouro. Em março, o
limite foi dobrado de 360 para 750 dias.
A nova prorrogação indica que o Tesouro pode ter esgotado o
limite de compras para o período inicial, que era de 7,5
bilhões de dólares.
(Reportagem de Isabel Versiani, colaborou Ana Nicolaci da
Costa; Edição de Daniela Machado)