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Atividade fraca põe IPCA em 2º plano e juros caem

Apesar de maior inflação, atividade doméstica baixa corroborou cenário de Selic estável, fazendo taxas recuarem

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2013 às 16h21.

São Paulo - A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, a inflação oficial) em dezembro e no acumulado de 2012 veio no teto das estimativas, mas o mercado deu mais peso a dois indicadores antecedentes de atividade fraca para, pelo segundo dia consecutivo, impor viés de baixa às taxas futuras de juros nesta quinta-feira.

O fluxo de veículos pesados nas estradas brasileiras com pedágio e a prévia das vendas de papelão ondulado, ambos referentes ao mês passado, mostraram que a atividade doméstica segue patinando, o que reforça o cenário de Selic estável por um período prolongado de tempo. O exterior um pouco melhor ficou em segundo plano.

Ao término da negociação normal na BM&F, o juro com vencimento em janeiro de 2014 (162.710 contratos) projetava taxa de 7,12%, de 7,14% no ajuste. O juro para janeiro de 2015 (291.020 contratos) indicava 7,74%, de 7,77% na véspera. Entre os vencimentos mais longos, o DI para janeiro de 2017 (138.000 contratos) tinha taxa de 8,53%, ante 8,56%, e o contrato para janeiro de 2021 (1.930 contratos) marcava 9,24%, de 9,25% na quarta-feira.

Entre os dados que tiraram o foco do IPCA está o Índice ABCR, calculado pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) e pela Tendências Consultoria Integrada. O indicador mostrou que o fluxo total de veículos pelas estradas com pedágio recuou 0,8% em dezembro ante novembro, na série com ajuste sazonal. A circulação de veículos pesados teve queda ainda mais expressiva, de 3,6%.

A Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO) informou que foram vendidas 252,148 mil toneladas em dezembro de 2012, volume 0,86% inferior a igual mês de 2011. Foi a primeira queda do indicador na comparação anualizada desde julho passado. Na passagem de novembro para dezembro, o indicador encolheu 13,38%.


"O mercado sabe que não haverá reversão do atual ciclo monetário com a atividade fraca. Por isso, esses indicadores ganham peso. Além disso, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, ao comentar o resultado do IPCA, voltou a falar em 'tendência declinante' de preços", afirmou um operador.

Por meio de nota, Tombini afirmou que os níveis de preços mostram resistência no curto prazo, mas "as perspectivas indicam retomada da tendência declinante" da inflação ao longo deste ano. O presidente do BC destacou que houve recuo no índice de preços em relação a 2011 e que a meta para o IPCA foi cumprida pelo nono ano consecutivo.

Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que o IPCA de dezembro foi de 0,79%, fechando 2012 em 5,84% - ambos no teto das estimativas. Ainda no que diz respeito à inflação, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, que mede a inflação da cidade de São Paulo, subiu 0,86% na primeira quadrissemana do mês, acelerando ante a alta de 0,78% no fechamento de dezembro e ficando acima do teto do intervalo das estimativas (0,85%).

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