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Ata do Fed pode dar mais gás à recuperação das bolsas

Os investidores buscarão pistas sobre até onde a autoridade monetária está disposta a ir a fim de suavizar o golpe da doença na maior economia do planeta

Bolsa de Nova York: banco central americano cortou os juros duas vezes, para o intervalo entre 0 e 0,25% ao ano (Brendan Mcdermid/Reuters)

Bolsa de Nova York: banco central americano cortou os juros duas vezes, para o intervalo entre 0 e 0,25% ao ano (Brendan Mcdermid/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2020 às 06h19.

Última atualização em 8 de abril de 2020 às 06h48.

Depois das enormes quedas do primeiro trimestre do ano, os mercados de ações em todo o mundo ensaiam uma recuperação neste início de abril. Pode vir do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) nesta quarta-feira, 8, mais gás para esse movimento.

O comitê de política monetária do Fed divulga no meio da tarde de hoje as atas de suas duas reuniões extraordinárias realizadas em 3 e 15 de março em meio à aceleração da crise da saúde pública e da economia provocada pelo novo coronavírus.

Na primeira, a autoridade monetária cortou a taxa básica de juro dos Estados Unidos em 0,5 ponto percentual, para um intervalo entre 1% e 1,25% ao ano. Jerome Powell, presidente do Fed, disse então esperar que a medida desse um impulso significativo à atividade econômica, que começava a sentir os efeitos da pandemia da covid-19. Na segunda, já havia a percepção de que a crise seria mais longa e mais profunda do que o imaginado apenas duas semanas antes.

O Fed cortou novamente os juros para entre 0 e 0,25% ao ano – a menor taxa desde a crise global de 2008 – em uma ação coordenada com os bancos centrais do Reino Unido, do Japão, da zona do euro do Canadá e da Suíça. Além disso, anunciou um programa de recompra de títulos públicos e privados para injetar dinheiro nas instituições financeiras.

Essa atuação sinaliza, para o mercado, que o Fed está disposto a fazer tudo que for necessário para tentar mitigar a desaceleração que o novo coronavírus está impondo a um país que vinha crescendo com força nos últimos anos e empurrando as ações de empresas para os maiores níveis da história. Nas atas de hoje, os investidores buscarão mais pistas sobre até onde a autoridade monetária está disposta a ir a fim de suavizar o golpe da doença na maior economia do planeta. Acompanhando uma tendência global na torcida por uma luz no fim do túnel da pior crise desde a Segunda Guerra Mundial, o Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, ganhou 3,1% ontem, ampliando os ganhos no mês para 11% após o tombo de 37% de janeiro a março.

Disposição de agir é importante, mas os 400.000 contagiados pelo novo coronavírus nos Estados Unidos desafiam o governo. Ainda está difícil prever onde fica o ponto de inflexão da tendência de alta da disseminação da covid-19 e planejar mais medidas paliativas para a economia. Garantir dinheiro a um custo baixo para que os bancos socorram empresas e consumidores em apuros não é suficiente para convencer ninguém a sair de casa, produzir e comprar quando uma doença altamente contagiosa ameaça a vida. Mas palavras de confiança do Fed podem ao menos aplacar o pânico dos investidores.

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