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5 brasileiras que serão prejudicadas na Bolsa na Era Trump

Protecionismo e expansão fiscal: veja quais empresas devem sentir o impacto das políticas econômicas do novo presidente dos EUA

Trump: delicada relação com o México deve impactar brasileiras que tenham fábricas por lá (Andrew Harrer/Bloomberg)

Trump: delicada relação com o México deve impactar brasileiras que tenham fábricas por lá (Andrew Harrer/Bloomberg)

Rita Azevedo

Rita Azevedo

Publicado em 24 de janeiro de 2017 às 13h10.

Última atualização em 24 de janeiro de 2017 às 13h17.

São Paulo — Recém-empossado, Donald Trump ainda não falou claramente ao mercado sobre as medidas que irá tomar em relação à economia dos Estados Unidos. O que já se sabe é que em sua agenda econômica estão a elevação dos investimentos em infraestrutura e o aumento do protecionismo.

Caso o republicano tire os planos do papel, algumas companhias com ações na bolsa brasileira poderão ser prejudicadas. "As primeiras a sentirem o impacto são as empresas que têm boa parte dos custos ou das dívidas atrelados ao dólar", explica Samuel Torres, analista de investimentos da Spinelli Corretora. 

O motivo para isso é que a adoção de uma política de expansão fiscal nos EUA poderá aumentar a inflação e forçar o aumento da taxa de juros. Com juros mais altos nos EUA, os investidores que aplicam dinheiro por aqui devem migrar seus recursos, fazendo com que o dólar se valorize em relação ao real.

Também poderão sofrer durante a gestão de Trump as empresas que possuem fábricas no México e exportam para os Estados Unidos. Isso porque o novo presidente dos EUA mantém uma delicada relação com o país vizinho e poderá tirar do papel medidas para proteger aquilo que é produzido internamente.

Veja abaixo cinco das possíveis "vítimas" de Trump na bolsa brasileira:

Gol (GOLL4)

Desempenho em 2017: 24%

Por que será impactada? Todo o combustível que é utilizado nas aeronaves é comprado em dólar. Com a valorização da moeda norte-americana, a empresa irá ver seus custos aumentarem.

Sabesp (SBSP3)

Desempenho em 2017: 11,5%

Por que será impactada? Cerca de 48% das dívidas da companhia são em dólar. As receitas, no entanto, são em real.

M. Dias Branco (MDIA3)

Desempenho em 2017:14%

Por que será impactada? A maior parte dos custos de produção é com a importação de trigo e derivados. Com o dólar valorizado, os gastos das empresa também irão aumentar.

Tupy (TUPY3)

Desempenho em 2017: 2%

Por que será impactada? A Tupy mantém no México duas plantas e dali exporta para os Estados Unidos. Caso Trump endureça a relação com os mexicanos, é provável que a companhia pague taxas mais altas. Se repassar o aumento dos custos aos seus clientes, poderá sofrer com a redução da demanda.

Iochpe-Maxion (MYPK3)

Desempenho em 2017: 12%

Por que será impactada? Da mesma forma que a Tupy, a companhia mantém uma planta no México e pode ver as exportações para os Estados Unidos diminuírem, caso Trump decida mudar as políticas norte-americanas em relação aos países vizinhos.

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