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As ações que mais subiram e caíram no mês

Apenas três ações tiveram alta em maio, mês em que o Ibovespa zerou ganhos no ano

Rodovia administrada pela CCR, empresa com a maior alta de maio no Ibovespa (Valéria Gonçalves/EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2012 às 19h51.

São Paulo – O Ibovespa teve um mês cheio de desafios em maio. Operou abaixo dos 53 mil pontos, zerou os ganhos no ano e se aproximou de patamares históricos.

“O mês de maio teve os mesmos fatores influenciando o índice que abril, porém, a aversão ao risco acentuou”, diz Eduardo Velho, economista-chefe da Prosper Corretora. Ele afirma que o agravamento da crise na Europa, com destaque para a crise bancária na Espanha, colaborou com a queda.

Além disso, como lembra Marcio Cardoso, diretor da Título Corretora, logo no começo do mês, as eleições da Grécia e da França apontaram um descontentamento da população daqueles países com políticas de austeridade fiscal, indicadas como uma das saídas para a crise.

“Boa parte dos investimentos da bolsa é feita por estrangeiros, que realizam vendas nesse momento”, diz Cardoso. Prova da fuga de recursos internacionais do mercado no Brasil é que o saldo negativo já marca 2,73 bilhões de reais até o dia 29 de maio.

Nesse momento, diz Cardoso, os investidores procuram ativos com menos risco. Ele cita os juros pagos pelos títulos do tesouro americano que estão em baixa justamente pela alta procura. Esse é um dos cinco sinais de alto estresse no mercado financeiro.

As notícias levaram o Ibovespa para uma queda de 11,85% no mês, com 54.490 pontos. No ano, a desvalorização acumula 3,98%. Como resultado, apenas três ações do índice ‘sobreviveram’ e tiveram alta no acumulado de maio.

Confira as principais altas e baixas do Ibovespa no mês:

EmpresaAçãoPreço (R$)Variação %
CCRCCRO315,76,08
SantanderSANB1116,34,89
DasaDASA314,152,91

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EmpresaAçãoPreço (R$)Variação %
UsiminasUSIM39,17-49,62
RossiRSID35,28-34
BrookfieldBISA33,55-29,28
MMXMMXM36,34-28,44
JBSJBSS35,45-27,33
GafisaGFSA32,6-26,55
LLXLLXL32,36-26,02
B2WBTOW36,06-25,46
PDG RealtyPDGR33,36-25,33
UsiminasUSIM58,5-22,16

Os sobreviventes

Uma das poucas empresas que teve alta mensal dentro do Ibovespa foi a CCR. Os analistas Marco Aurélio Barbosa e Felipe Silveira, da Coinvalores, avaliam que um dos motivos é o próprio setor. Por ser totalmente voltado ao mercado interno, costuma receber investidores em momentos de tensão e volatilidade no mercado. Por outro lado, se o Ibovespa subir, o papel pode não acompanhar a alta com a mesma força.


Além disso, a CCR tem como fator próprio os resultados divulgados em meados do mês, referente ao primeiro trimestre do ano. “Os números vieram muito bons, com crescimento nas tarifas, tráfego e em negócios fora das rodovias”, avaliam. Um desses negócios é a linha quatro do metrô de São Paulo, que a CCR tem a concessão.

No dia 15 de maio, a empresa reportou um lucro líquido de 288,6 milhões de reais nos três primeiros meses, uma alta de 64,7% ante o mesmo período do ano passado. Na mesma base de comparação, o ebitda (lucro antes dos impostos, juros, depreciação e amortização) cresceu 17,9%, para 780,5 milhões de reais.

O Santander foi outro que escapou da queda quase generalizada no índice e terminou maio com leve alta. A possibilidade do Banco do Brasil comprar a unidade brasileira do banco espanhol levou alta para os papéis. O BB logo desmentiu que estaria interessado no Santander, assim como fez o Bradesco.

Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Marcial Portela, presidente do Santander no Brasil, afirmou que o banco estuda vender apenas uma pequena uma fatia em seu negócio.

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A Diagnósticos da América (DASA) foi o terceiro destaque de alta e recebeu dois importantes avais no mês. Primeiro foi o HSBC que, em relatório para clientes, elevou a classificação para as ações da empresa de underweight (alocação sugerida abaixo da média do mercado) para neutro. O preço-alvo também subiu e foi de 14,50 reais para 15 reais, potencial de valorização de 13,6%.

“Enquanto a Dasa ainda está implementando a nova estratégia, esperamos crescimento modesto de apenas 10% em 2012, incluindo trimestres com crescimento da receita na faixa de apenas um dígito”, afirmaram os analistas Luciano Campos e Caio Moscardini em relatório. Isso não quer dizer que, no curto prazo, os resultados apresentarão melhora. Essa expectativa, segundo os analistas, já está incluída na estimativa de preço.

Nesta semana foi a vez da Raymond James elevar sua recomendação para compra, citando múltiplos e melhora no desempenho operacional da empresa.

Usiminas contou dias de alta “nos dedos”

A vida da Usiminas não está fácil neste ano e o mês de maio não foi melhor. As ações da empresa tiveram apenas quatro pregões de alta neste mês e terminaram com uma desvalorização acumulada de quase 50%.

Após ter forte queda no mês passado arrematada com a divulgação de um aumento em seu prejuízo, a empresa precisou enfrentar em maio o rebaixamento de rating por duas agências.

Primeiro foi a vez da Moody's rebaixar o rating global da Usiminas (USIM5) de Baa3 para Ba2, e o rating nacional de Aa1 para Aa3, com perspectiva estável. Na ocasião, a agência de classificação de risco disse que a mudança refletia a deterioração dos resultados operacionais durante o primeiro trimestre deste ano, uma tendência que ficou evidente ainda em 2009 quando o enfraquecimento no mercado brasileiro e global de aço começou a interferir.

Já na semana passada foi a Fitch que rebaixou a nota após identificar uma mudança estrutural no perfil de crédito da empresa. O rating de longo prazo em moeda estrangeira e local BBB- caiu para BB+. Na escala nacional, a nota passou AA+ para AA. A perspectiva continua estável.


Em meados do mês, a MSCI, que produz índices de referência internacional, também informou que a Usiminas não vai figurar na próxima carteira. O último dia de negociação da empresa no índice é esta quinta-feira e, só hoje, os papéis caíram mais de 9% durante o pregão.

Além da Usiminas, a MSCI também tirou Brookfield, Gol, Rossi Residencial e Suzano Papel e Celulose da carteira de referência para investidores internacionais.

Construtoras em queda livre

Destaque de queda há semanas, as principais construtoras e imobiliárias viram suas ações terminarem maio entre as principais desvalorizações. Em meados do mês, as companhias divulgaram resultados – e ninguém agradou o mercado.

Na última terça-feira, dia 29, investidores receberam um sinal de alerta após o JPMorgan rebaixar a recomendação para as ações da PDG Realty, Gafisa e MRV.

Apesar do rebaixamento, a única companhia que conseguiu frear um pouco a desvalorização mensal foi a PDG Realty após anunciar na última segunda-feira, dia 28, a proposta de um aporte de 799,98 milhões de reais pela Vinci Partners. Com uma alta de 13% durante o pregão, a empresa teve na ocasião a maior valorização desde agosto. O fôlego não foi suficiente, porém, para levar alta mensal para a companhia.

A vida das construtoras não deve ficar mais fácil nos próximos dias. Dados colhidos pela Bloomberg apontam que a proporção de ações emprestadas de construção civil, uma indicação de vendas a descoberto, é a maior entre todos os setores – e pode significar mais quedas.

B2W continua descendo

A empresa de varejo é um dos destaques de queda no ano e neste mês não foi diferente. Logo no início de maio, a companhia divulgou que seu prejuízo líquido passou de 1,6 milhões de reais no primeiro trimestre de 2011 para 42,8 milhões de reais no mesmo período deste ano. Resultado: queda de 5,26% para os papéis no primeiro pregão após divulgação dos números.

No meio do mês, a companhia recebeu novo ‘incentivo’ para a volatilidade. A empresa subiu 16% num único pregão com especulações de que a controladora Lojas Americanas poderia lançar uma oferta fechar o capital da varejista online. A companhia informou em comunicado para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) afirmando que desconhecia razões para a forte alta e o papel voltou a cair em seguida.

“Acreditamos que, como os rumores continuam circulando fortemente pelo mercado, as ações da B2W e Lojas Americanas devem continuar apresentando volatilidade no curto prazo”, afirmou o analista Luiz Cesta, da Votorantim Corretora, em relatório enviado para clientes para comentar o assunto.

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