Apple corta pela metade produção de iPhone 8 e ações caem
Corte pode ser um sinal da baixa demanda pelas versões 8 e 8 Plus, que chegaram às lojas há menos de um mês
Rita Azevedo
Publicado em 19 de outubro de 2017 às 15h20.
Última atualização em 19 de outubro de 2017 às 15h44.
São Paulo -- Alguns sinais de que a demanda pelo iPhone 8 e pelo iPhone 8 Plus será bem menor do que a esperada estão deixando investidores de cabelo em pé nos Estados Unidos.
De acordo com a Bloomberg, a Apple teria reduzido as encomendas de peças ligadas ao aparelho em pelo menos 50% até o final deste ano. A informação foi obtida pelo jornal taiwanês Economic Daily News, que não dá muitos detalhes do corte.
Com a notícia, os papéis da Apple recuaram, puxando para baixo o desempenho das bolsas e interrompendo o clima de euforia presente nos últimos dias no mercado acionário norte-americano.
"A Apple tem seu impacto em todos os setores", explicou Phil Blancato, diretor da Ladenburg Thalmann Asset Management à agência Reuters.
Às 14h30 (horário de Brasília), as a ções da Apple amargavam perdas de 2,55%, cotadas a pouco mais de 155 dólares, puxando o desempenho geral das bolsas norte-americanas.
No mesmo período, o Dow Jones tinha perdas de 0,17%, para 23.118,60 pontos, o S&P 500 caía 0,24%, para 2.555,05, e o índice composto da Nasdaq recuava 0,74% aos 6.069,19 pontos.
O que muitos analistas questionam é se a Apple errou na estratégia de divulgação de seus novos produtos.
O iPhone 8 e o iPhone 8 Plus --que têm tecnologia à prova d’água e de poeira, câmeras equipadas com ferramentas de realidade aumentada e sistema de carga de bateria sem fio -- foram anunciados no mesmo dia que o iPhone X, que tem design renovado e tecnologia de reconhecimento facial.
Segundo analistas, a preferência do consumidor será pelo modelo X, que comemora os dez anos do smartphone e ainda não chegou ao mercado.
Daniel Ives, diretor de estratégia da GBH Insights, disse à Reuters queapenas um quarto dos iPhones vendidos nos próximos 18 meses serão dos modelos 8 ou 8 Plus.
Um primeiro sinal da baixa demanda foi a recepção da versão 8, que começou a ser vendidanos Estados Unidos, na Ásia, no Reino Unido e na Austrália no último dia 22 de setembro. Desta vez, não foram notadas as famosas filas que costumam dobrar a esquina de lojas em dia de lançamento.
Com isso, o que resta aos investidores é a esperança de que os clientes da marca tenham ficado em casa para esperar o modelo X -- que chega ao público no começo de novembro -- e não desistido de comprar os aparelhos, que devem custar mais de 999 dólares.