São Paulo - Após cair quase 2 por cento nos dois pregões anteriores e voltar aos 2,35 reais, o dólar avançava nesta terça-feira num movimento de ajuste, à espera de dados sobre a economia dos Estados Unidos que deem mais pistas sobre o futuro da política monetária do país.

Às 10h06, a moeda norte-americana subia 0,68 por cento, para 2,3669 reais na venda. Nas duas sessões anteriores, a divisa acumulou queda de 1,94 por cento.

"Ontem e na sexta-feira o dólar deu uma boa afundada, agora está retomando um pouco", afirmou o superintendente de câmbio da corretora Advanced, Reginaldo Siaca. "O pessoal está considerando 2,35 reais como um nível de suporte e ficou comprador quando o dólar bateu nesse patamar." Dados fracos sobre o mercado de trabalho norte-americano estão entre os principais motivos da queda recente do dólar. Os números levantaram dúvidas sobre a recuperação da maior economia do mundo e deram força à tese de que a redução do estímulo econômico do Federal Reserve, banco central do país, continuará se dando de forma gradual.

O dado de vendas no varejo dos EUA em dezembro, com divulgação prevista para as 11h30 desta terça-feira, pode ajudar a resolver esses questionamentos. Pesquisa Reuters prevê que as vendas subirão 0,3 por cento sobre o mês anterior.

"O 'payroll' reforçou que o Fed não deve acelerar a retirada do estímulo mas, hoje, a trajetória do dólar deve depender das vendas no varejo", disse o economista-chefe da INVX Global, Eduardo Velho.

A alta da moeda norte-americana vinha a despeito da constante intervenção do Banco Central brasileiro no câmbio.

Nesta sessão, a autoridade monetária vendeu apenas contratos de swap tradicional --equivalentes a venda futura de dólares-- com vencimento em setembro. Desde o início do ano, o BC só vinha ofertando swaps com vencimento em maio.

O BC vendeu 4 mil contratos de swap cambial tradicional com vencimento em 1º de setembro deste ano. A operação teve volume financeiro equivalente a 198,0 milhões de dólares.