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Após 10 altas, dólar cai 0,82% com alívio por Europa

O Banco Central Europeu (BCE), junto com outros bancos centrais, decidiu realizar operações de liquidez em dólares com prazo de três meses

Nota de um dólar (Karen Bleier/AFP)

Nota de um dólar (Karen Bleier/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2011 às 17h39.

SÃO PAULO - O dólar interrompeu a sequência de dez dias seguidos de valorização e fechou em baixa nesta quinta-feira, acompanhando a reação internacional a uma iniciativa conjunta dos principais bancos centrais do mundo para garantir liquidez em dólares aos bancos europeus. O dólar, ainda assim, continuou acima de 1,70 real.

A moeda norte-americana fechou a 1,7089 real para venda, em baixa de 0,82 por cento. Ante uma cesta com as principais divisas, como o euro e o franco suíço, o dólar recuava cerca de 1 por cento às 17h.

"Nós estamos seguindo o mercado internacional. Não aconteceu nada de diferente (no Brasil)", disse o diretor de câmbio da corretora Fair, Mario Battistel.

O Banco Central Europeu (BCE), junto com outros bancos centrais, decidiu realizar operações de liquidez em dólares com prazo de três meses, dando um alívio a instituições que viam cada vez mais dificuldades para se financiar em meio às preocupações com a dívida soberana na Europa.

Battistel, no entanto, frisou que o mercado segue bastante sensível ao noticiário sobre a crise europeia. "Se amanhã sair uma notícia diferente, esquece tudo o que falamos."

O principal foco de atenção dos investidores na sexta-feira é a reunião de ministros europeus das Finanças, que contará com a participação do secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner.

As autoridades vão discutir soluções para o impasse sobre a dívida da Grécia, que tem sido pressionada para acelerar as reformas fiscais antes de receber a próxima parcela da ajuda emergencial, e medidas que possam atenuar o risco de contágio da crise sobre o sistema bancário.


Na quarta-feira, em meio ao clima predominante de aversão a risco, o dólar havia subido a 1,723 real, maior nível desde novembro de 2010, acumulando valorização de 8,45 por cento em dez dias seguidos de alta. A perspectiva de juros menores no Brasil nos próximos meses também alimentou a alta.

Em meio à alta contínua do dólar, o Banco Central (BC) interrompeu a atuação no mercado de câmbio, no segundo dia seguido sem nenhum leilão de compra no mercado à vista. Operadores ouvidos pela Reuters afirmam ver a postura do BC com naturalidade, indicando possivelmente que o governo vê o atual nível do dólar com mais conforto.

A taxa Ptax, calculada pelo BC e usada como referência para os ajustes de contratos futuros e outros derivativos de câmbio, fechou a 1,7106 real para venda, em queda de 1,05 por cento ante quarta-feira.

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