Mercados

Dólar cai para R$ 5,11 e desvalorização na semana chega a 5%

Investidores ignoram tensão entre China e Estados Unidos e dão continuidade ao desmonte de posições defensivas

Dólar comercial cai 1,9% e fecha sendo vendido por 5,114 reais (Chung Sung-Jun / Equipa/Getty Images)

Dólar comercial cai 1,9% e fecha sendo vendido por 5,114 reais (Chung Sung-Jun / Equipa/Getty Images)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 22 de julho de 2020 às 17h00.

Última atualização em 22 de julho de 2020 às 17h41.

O dólar teve mais um dia de forte desvalorização contra o real, com desmonte de posições defensivas. Como pano de fundo para o bom humor do mercado, seguem as esperanças entorno de potenciais vacinas contra o coronavírus, o pacote de estímulo europeu e a entrega da primeira fase da reforma tributária para o Congresso. Nesta quarta-feira, 22, o dólar comercial caiu 1,9% e encerrou sendo vendido por 5,114 reais. Na semana, a queda acumulada é de 4,98%. O dólar turismo recuou 1,6% para 5,40 reais.

"O dólar está continuando o movimento de ontem. Vários fatores desta semana estão contribuindo para o desmonte de posição em dólar, inclusive o cenário político, com a entrega da reforma tributária, que também é positiva para a melhora do ambiente econômico interno", comentou Jefferson Ruik, diretor de câmbio da Correparti.

No exterior, o dólar teve mais um dia de perdas contra as principais moedas do mundo. O índice Dxy que mede o desempenho do dólar contra algumas das divisas mais negociadas, recua puxado pela valorização do euro, que segue para o seu quarto dia consecutivo de valorização, impulsionado pela aprovação do pacote de 750 bilhões de euros para a recuperação da Europa. Desde quinta-feira, véspera do encontro de líderes europeus, o euro já subiu 1,7% em relação ao dólar.

Frente a moedas emergentes, porém, o dólar passou a registrar leve alta no período da tarde. No radar do mercado estiveram as tensões entre China e Estados Unidos, que se elevara, após o governo americano ordenar o fechamento do consulado chinês no Texas. A atitude, segundo o governo americano, foi necessária para proteger a propriedade intelectual.

O estopim para a medida ocorreu após bombeiros de Huston constarem queimadas dentro do consulado chinês. Em vídeo que circula na internet é possível identificar pessoas queimando materiais em barris com fogo.

Na véspera, Washington havia acusado China de roubar dados sobre a vacina contra o coronavírus que vem sendo desenvolvida no país. A corrida pela vacina tem sido encarada com forte simbolismo pelas duas nações, que brigam pela soberania mundial.

"As tensões entre Estados Unidos e China ganharam mais um degrau. Mas tem pouco desse risco sendo precificado no mercado, praticamente nada. É um ponto que o mercado acaba deixando de lado porque está olhando muito mais para as questões da vacina e estímulos", comentou Bruno Lima, analista de renda variável da Exame Research.

Nesta manhã, os Estados Unidos anunciaram a aquisição de 100 milhões de doses da vacina que vem sendo desenvolvida pela Pfizer em parceria com a BioNtech. A quantia deve ser suficiente para atender cerca de um terço da população americana, mas a vacina, que está na terceira e última fase de testes, ainda precisa ser aprovada pela agência reguladora FDA.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarMoedas

Mais de Mercados

Executivos do mercado financeiro investem em educação e transforam a vida de jovens de baixa renda

Dólar sobe para R$ 6,19 com indefinição sobre emendas parlamentares

Megafusão de Honda e Nissan: um 'casamento' de conveniência sob intensa pressão

Ibovespa fecha penúltimo pregão em baixa e cai 1,5% na semana; dólar sobe 2%