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ANÁLISE-Aquisições aquecem setor de petróleo no Brasil

Companhias atentas às reservas em águas profundas no país Não há previsão de novas rodadas de leilões no horizonte Compras de projetos tornam-se opções atrativas Por Brian Ellsworth RIO DE JANEIRO, 14 de outubro (Reuters) - Com as rodadas de leilões de áreas de petróleo paralisadas por tempo indeterminado no Brasil, aumenta o interesse por […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 15h11.

  • Companhias atentas às reservas em águas profundas no país

  • Não há previsão de novas rodadas de leilões no horizonte

  • Compras de projetos tornam-se opções atrativas

    Por Brian Ellsworth

    RIO DE JANEIRO, 14 de outubro (Reuters) - Com as rodadas de
    leilões de áreas de petróleo paralisadas por tempo
    indeterminado no Brasil, aumenta o interesse por compras de
    blocos de exploração ou participação em companhias que já atuem
    na crescente indústria petrolífera no Brasil.

    A discussão de um novo marco regulatório do setor, que
    poderá aumentar o controle estatal sobre a indústria e reforçar
    Petrobras , está parada no Congresso.

    E com o crescente interesse global na vasta região do
    pré-sal, os próximos meses devem ver mais negócios como aquele
    que envolveu a compra de uma fatia dos ativos da companhia
    espanhola Repsol no Brasil pela chinesa Sinopec
    por 7 bilhões de dólares. [ID:nN01254532]

    "A atenção do mundo está focada no potencial de petróleo do
    Brasil. Mas porque há incerteza sobre quando as rodadas de
    leilões voltariam a ser feitas novamente, a opção de 'farm-in'
    (de blocos) é óbvia", disse Lucas Brendler, da Geracao Futuro.

    O pré-sal, com reserva estimada em 50 bilhões de barris de
    petróleo nas áreas mais profundas do oceano, é dominado pela
    Petrobras, que está repleta de recursos depois da oferta
    pública de ações recorde de 70 bilhões de dólares.

    Mas a área das maiores descobertas também inclui
    investimentos de participantes relativamente pequenos como a
    britânica BG e a portuguesa GALP , que são
    parceiras em duas grandes descobertas, mas não têm a mesma
    musculatura financeira da Petrobras.

    "O BG poderia vender uns 40 por cento de participação em
    sua subsidiária no Brasil, que nós estimamos tem um contingente
    de recursos de 4,1 bilhões (de barris de óleo equivalente)",
    dissseram analistas do HSBC em relatório. Isto ajudaria a
    companhia a pagar os dividendos de acionistas, acrescentou a
    nota.

    O vasto pré-sal tornou-se uma nova fronteira para a
    exploração de petróleo, oferecendo reservas signifiativas em um
    mundo no qual este produto está ficando escasso.

    O Brasil também se beneficia de algumas vantagens sobre
    grandes nações exportadoras de petróleo: não tem conflitos
    sectários, em contraste com a Nigéria e o Iraque, e mantém
    estrito respeito aos contratos, diferentemente de nações como a
    Venezuela.

    O presidente Luiz Inacio Lula da Silva suspendeu os leilões
    em 2008, depois da descoberta do campo de Tupi, insistindo que
    o governo precisaria refazer a legislação sobre petróleo para
    substituir o sistema de concessão vigente por um modelo de
    partilha.

    Mas a aprovação ao pacote de leis, que inclui esforços para
    usar a futura receita para combater a pobreza, foi paralisada
    em grande parte pelo conflituoso tema sobre como distribuir os
    royalties entre os Estados.

    O Partido dos Trabalhadores (PT), da candidata Dilma
    Rousseff, encontrou dificuldades para acelerar as discussões no
    Congresso antes de a campanha se intensificar.

    E o líder da oposição José Serra, rival de Dilma no pleito,
    tem dito que ele apoia o sistema atual de concessão, mas não
    apresentou uma posição clara sobre como iria tratar o assunto
    no Congresso.

    LEILÕES MAIS LENTOS

    A ausência dos leilões deixa poucas opções às companhias
    interessadas na exploração de petróleo no Brasil.

    A brasileira de petróleo e gás OGX , controlada
    pelo bilionário Eike Batista, está em negociação com a Sinopec
    para vender uma fatia de suas operações em águas profundas por
    até 7 milhões. [ID:nN10211425]

    A Royal Dutch Shell mais cedo este ano disse que
    venderia sua participação em diversos blocos --incluindo um
    descoberto no pré-sal-- em realinhamento de seu portfólio.

    Também neste ano, a BP comprou blocos da companhia
    norte-americana independente Devon Energy Corp , embora
    o acordo ainda dependa da aprovação depois do vazamento de
    petróleo no Golfo do México.

    Compras de blocos leiloados sob o regime de concessão
    também permitirão que as companhias se livrem de regras mais
    estritas a serem elaboradas a partir da nova legislação
    proposta para o petróleo, incluindo uma provisão tornando a
    Petrobras o operador em todos os novos projetos do pré-sal com
    uma participação obrigatória de 30 por cento.

"Para o setor brasileiro de petróleo, isso significará
muitas compras de companhias que já têm áreas aqui", disse
Adriano Pires, um especialista em energia do Centro de
Infraestrutura Brasileiro.

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