O valor das indenizações pode chegar a 1 bilhão de reais, após novo pedido de ação civil pela Associação Brasileira dos Expostos do Amianto (Acaua Fonseca)
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2013 às 16h30.
São Paulo – As ações da Eternit (ETER3) registravam desvalorização de 5,5% na mínima desta segunda-feira, negociadas a 9,25 reais.
A forte queda repercute a notícia de que a Justiça do Trabalho de São Paulo determinou o julgamento de duas ações civis públicas, as quais solicitam indenizações por danos morais coletivos aos ex-funcionários da fábrica de Osasco, em São Paulo, cujas atividades foram encerradas em 1993.
O valor das indenizações pode chegar a 1 bilhão de reais, após novo pedido de ação civil pela Associação Brasileira dos Expostos do Amianto (ABREA).
O entrave entre a associação e a Eternit se arrasta já há algum tempo. No final de setembro, a Eternit informou o mercado que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido de indenização por adoecimento de ex-funcionários da fábrica de Osasco. A ação foi ajuizada em 2004 pelo Ministério Público do Estado de São Paulo.
O recente comunicado da companhia afirma que a ABREA foi parte interessada nos autos da anterior ação civil pública n 04.043728-0 ajuizada em 2004, proposta pelo Ministério Público Estadual, e cuja decisão definitiva foi favorável à empresa. “A Justiça brasileira entendeu que a atividade econômica desenvolvida pela companhia na fábrica de Osasco era lícita e que a Companhia observava as regras aplicáveis ao uso do amianto como matéria prima. Esta decisão se tornou definitiva no último dia 25 de setembro de 2013”, diz o texto.
O comunicado cita ainda que, assim como ocorrido na ação anterior, a Eternit reforça sua crença na Justiça brasileira e espera que sejam consideradas as evidências técnicas e científicas no julgamento destas ações, excluída a suscetibilidade a pressões de grupos desfavoráveis ao uso do amianto crisotila, apenas com base na malsucedida experiência europeia.
As ações ordinárias da Eternit acumulam valorização de 23,5% em 2013, enquanto o Ibovespa, principal referência da bolsa brasileira, perde 11%.