Alta do dólar e especulação eleitoral impulsionam juros
Ao término da sessão regular na BM&FBovespa, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2015 (181.055 unidades negociadas) tinha taxa de 10,89%
Da Redação
Publicado em 22 de setembro de 2014 às 17h22.
São Paulo - Os juros futuros terminaram a sessão em alta nesta segunda-feira, 22, especialmente a ponta longa, impulsionados pela valorização do dólar e influenciados também pelas especulações em torno da corrida presidencial.
Esses fatores acabaram ofuscando a retração nos yields dos Treasuries, que tenderia a puxar as taxas aqui para baixo.
Ao término da sessão regular na BM&FBovespa, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2015 (181.055 unidades negociadas) tinha taxa de 10,89%, ante 10,87% no ajuste de sexta-feira.
O DI para janeiro de 2016 (191.845 contratos) apontava 11,78%, de 11,69% no ajuste anterior. O vencimento para janeiro de 2017 (329.350 contratos) indicava 11,99%, de 11,79%.
E o janeiro 21 (199.255 contratos) mostrava 11,85%, de 11,56%. Nos EUA, o juro da T-note caía a 2,557%, de 2,579% no fim da tarde de sexta-feira.
O volume de negócios, que costuma ser mais fraco às segundas-feiras, foi considerado bom por um profissional.
O dólar engatou a décima alta nas últimas 11 sessões, aproximando-se da marca de R$ 2,40 e rondando no maior patamar em mais de sete meses.
Assim como os juros, o câmbio foi influenciado pelas especulações eleitorais. Rumores dão conta que a presidente Dilma Rousseff (PT) teria ampliado a vantagem sobre Marina Silva (PSB), com alguma recuperação de Aécio Neves (PSDB).
Isso elevou as expectativas em torno da pesquisa Vox Populi que será divulgada na noite de hoje e pela sondagem Ibope/Estadão/TV Globo, cujos números serão conhecidos amanhã.
As expectativas em relação ao crescimento econômico foram revisadas em baixa mais uma vez na pesquisa Focus, do Banco Central.
A projeção para a alta do PIB em 2014 caiu de 0,33% para 0,30% e, em 2015, de 1,04% para 1,01%.
"Acho que se cria um consenso em relação à baixa capacidade do Brasil neste quesito", comentou o economista-sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano.