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Bolsas no mundo e câmbio sofrem com pressão de coronavírus

Índices europeus atingiram mínima de 4 meses com aumento de riscos por coronavírus; bolsas chinesas fecharam em queda

Bolsa chinesa: bolsas na Ásia recuaram com o índice de blue-chips chinês e o índice sul-coreano Kospi perdendo mais de 1% (VCG/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 26 de fevereiro de 2020 às 09h03.

Última atualização em 26 de fevereiro de 2020 às 09h16.

São Paulo — As ações dos mercados emergentes atingiram o menor nível em 12 semanas nesta quarta-feira e a maioria das moedas também era negociada no vermelho diante do aumento nos casos de coronavírus.

As bolsas na Ásia recuaram com o índice de blue-chips chinês e o índice sul-coreano Kospi perdendo mais de 1%, enquanto as ações das Filipinas despencaram quase 4% após feriado.

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O índice MSCI de ações dos mercados emergentes perdia 1%, com as perdas de 2% nas ações sul-africanas e a mínima de 11 semanas do principal índice russo, em queda de 1,2%, somavam-se ao cenário.

Os movimentos estavam em linha com a queda em Wall Street na véspera e abertura em queda na Europa, depois que o Centro para Controle de Doenças dos Estados Unidos divulgou alerta aos cidadãos para se prepararem para o vírus.

Conforme ele se espalha para mais países, China, Coreia do Sul, Itália e Irã informaram alta no número de novos casos, levando o número para cerca de 80 mil globalmente, com as mortes também aumentando.

"(O vírus) abalou os mercados que estavam complacentes demais, em parte devido à disponibilidade de dinheiro fácil com os bancos centrais adotando postura dovish, especialmente desde o ano passado", disse o estrategista de dívida de mercados emergentes do ING Trieu Pham.

O rublo russo caía 0,5%, rondando mínimas de quase seis meses, enquanto a lira turca estava em mínimas que não eram vistas desde maio do ano passado, com ambos os países em conflito sobre a guerra síria.

Índices na China

Os índices acionários da China fecharam em queda nesta quarta, uma vez que aumentaram os temores sobre um contágio global do coronavírus, embora as perdas tenham sido limitadas já que as novas infecções caíram na China e os investidores esperam mais estímulo de Pequim para sustentar a economia doméstica.

O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, caiu 1,23%, enquanto o índice de Xangai teve queda de 0,83%, após fortes perdas em Wall Street.

Existem expectativas de Pequim irá adotar mais medidas para impulsionar a economia, incluindo suporte para os setores imobiliário e de infraestrutura, disse Luo Kun, analista do Fortune Securities.

Autoridades da China implementaram uma série de medidas para sustentar a economia abalada pelo coronavírus, e que deve ter um impacto devastador sobre o crescimento do primeiro trimestre.

Índices na Europa

Os índices acionários europeus caíram para uma mínima em quase quatro meses nesta quarta-feira, uma vez que a disseminação do coronavírus aprofundava os temores sobre seu impacto no crescimento global com importantes empresas soando o alarme em relação a seus resultados.

Às 7:33 (horário de Brasília), o índice FTSEEurofirst 300 caía 1,19%, a 1.557 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 perdia 1,31%, a 399 pontos, depois de chegar a cair 2,6% mais cedo. O índice registra sua primeira série de cinco dias de perdas desde julho.

As ações de viagens, serviços financeiros, química e tecnologia estão entre as mais afetadas, recuando entre 3% e 4%.

As perdas seguem-se às quedas em Wall Street e na Ásia depois que autoridades de saúde dos Estados Unidos alertaram que os norte-americanos devem se preparar para uma possível propagação do vírus que agora chegou à Espanha e dezenas de países.

A fabricante de bebidas britânica Diageo caía 3% depois de estimar um impacto de até 200 milhões de libras (260 milhões de dólares) no lucro do ano fiscal 2020 devido ao surto.

As rivais Remy Cointreau SA e Pernod Ricard perdiam 4,2% e 2,2%, respectivamente.

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