Plataforma da Petrobras: produção em baixa, custos em alta e importações crescentes fizeram o mercado castigar a empresa (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 29 de outubro de 2012 às 18h52.
Rio - A fraca produção da Petrobras em setembro, a pior desde abril de 2008, decepcionou no balanço do terceiro trimestre da companhia, detalhado nesta segunda-feira pela estatal. Produção em baixa, custos em alta e importações crescentes fizeram o mercado castigar a empresa, com uma queda de 3,45% nas ações ordinárias na BM&FBovespa.
"Não há muito o que dizer: levará tempo para que a Petrobras dê uma reviravolta e investidores pagarão caro por isso", disseram em relatório os analistas Emerson Leite e André Sobreira, do Credit Suisse.
Segundo eles, as duas únicas informações positivas no trimestre - o aumento de preços nos combustíveis e a taxa de utilização de 98% no refino - foram insuficientes para gerar um crescimento significativo do lucro. O lucro de R$ 5,5 bilhões divulgado na noite de sexta-feira reverteu prejuízo de trimestre anterior, mas ficou abaixo dos R$ 8 bilhões projetados pelo mercado.
A Petrobras produziu apenas 1,843 milhão de barris por dia de petróleo no Brasil em setembro. O pior resultado mensal em mais de quatro anos se deveu a paradas programadas para manutenção mais longas do que o esperado nos campos de Marlim e Roncador (plataformas P-19 e P-52).
O diretor de Exploração e Produção, José Miranda Formigli, garantiu que os próximos meses terão resultados melhores, sendo outubro estimado previamente em cerca de 1,941 milhão de barris.
A companhia já admite, contudo, não atingir a meta de produção neste ano, mesmo após o corte de previsão feito há quatro meses.
Para atingir a meta, a empresa deverá produzir 2,24 milhões de barris por dia nos meses de novembro e dezembro. Um crescimento de cerca de 20% em relação a setembro.