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Ações da Natura caem 11% depois de subsidiária pedir RJ; entenda

Avon Products entrou com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos

Loja da Natura (NTCO3): anúncio da RJ veio junto aos números da empresa no 2º trimestre (Leandro Fonseca/Exame)

Loja da Natura (NTCO3): anúncio da RJ veio junto aos números da empresa no 2º trimestre (Leandro Fonseca/Exame)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 13 de agosto de 2024 às 12h51.

As ações da Natura (NTCO3) operam em queda de mais de 11% nesta terça-feira, 13, após o anúncio, na noite de ontem, de que sua subsidiária Avon Products (API) entrou em recuperação judicial nos Estados Unidos.

O anúncio veio junto com o resultado da Natura no segundo trimestre. A empresa de beleza reportou um prejuízo líquido de R$ 858,9 milhões no período, aumento de 17,3% frente a baixa de R$ 731,9 milhões registrada no segundo trimestre do ano passado.

Segundo a companhia, a reestruturação da API teve um impacto de R$ 725 milhões no resultado. Excluindo esse efeito pontual, o lucro da Natura teria sido de R$ 162 milhões.

  • Natura (NTCO3): - 11,29%

Entenda o pedido de RJ

A Avon Products entrou com um pedido de recuperação judicial (Chapter 11) no Tribunal de Delaware, nos Estados Unidos. O grupo brasileiro anunciou que vai apoiar a decisão da subsidiária  fornecendo um financiamento de US$ 43 milhões na modalidade DIP (debtor-in-possession).

No entanto, não foi informado o tamanho do crédito que a Natura detém com a subsidiária nem o montante total devido pela API. Vale lembrar que, mesmo antes da aquisição pela Natura, a empresa americana já acumulava dívidas e passivos jurídicos ligados a acusações de problemas de saúde pelo uso de seu talco.

O grupo brasileiro, que é o maior credor da subsidiária, perde o controle sobre a companhia a partir do momento em que ela inicia o processo de recuperação judicial. A API é obrigada a colocar seus ativos à venda, e a Natura já anunciou que fará uma oferta de US$ 125 milhões pela Avon International por meio de um processo de leilão supervisionado pela corte judicial.

O que dizem os analistas

Para os analistas do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), a decisão pode ser positiva. “Embora o processo do Chapter 11 acrescente complexidade para o caso da Natura, o movimento deve, eventualmente, simplificar sua estrutura e atender às questões judiciais sobre uso de talco nos EUA”, escreveram em relatório.

A avaliação do BTG é de que a Natura tem se esforçado para simplificar a estrutura e melhorar as margens, com destaque para a marca brasileira, que tem gerado retornos positivos. “No entanto, o ritmo de recuperação permanece incerto, o que nos leva a manter a nossa classificação neutra por enquanto.”

O preço-alvo do banco para as ações da Natura é de R$ 18, o que representa um potencial de valorização (upside) de 9,89% frente ao último fechamento.

Os analistas da Ativa Investimentos, por sua vez, destacaram que o impacto da RJ causou um prejuízo surpresa, porém sem efeito caixa. “Não acreditamos que esse efeito impacte as operações da holding e seguimos enxergando com bons olhos o trabalho que a gestão tem realizado na empresa.”

A corretora tem recomendação de compra para os papéis da Natura, com preço-alvo de  R$ 20,20 – upside de 23%.

 

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