Ações da Eletrobras caem quase 7% após surpresa com provisões. Entenda
Estatal registrou queda de 66% no lucro líquido com provisões para empréstimos compulsórios subindo quase R$ 9 bilhões
Beatriz Quesada
Publicado em 17 de novembro de 2021 às 11h30.
Última atualização em 18 de novembro de 2021 às 00h10.
As ações da Eletrobras (ELET3/ELET6) estiveram entre as maiores perdas do Ibovespa nesta quarta-feira, 17, com investidores repercutindo os resultados da empresa no terceiro trimestre de 2021.
A estatal registrou lucro líquido de 965 milhões de reais no período, uma queda de 66% na comparação anual. As ações ordinárias (ELET3) recuaram 6,63% no fechamento, enquanto as preferenciais (ELET6) registram queda de 6,61%.
Os investidores ficaram apreensivos principalmente com o aumento de quase 9 bilhões de reais em provisões para empréstimos compulsórios –o valor total das provisões atingiu 9,4 bilhões de reais neste trimestre. O aumento ocorreu por causa da reclassificação do risco de perda das provisões de ‘remota’ para ‘provável’, além de decisão judicial desfavorável à empresa.
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A notícia foi suficiente para eclipsar os resultados operacionais da companhia, que foram considerados positivos. Para analistas do Credit Suisse, a Eletrobras entregou um Ebitda melhor do que o esperado –houve alta de 4% no período, para 5,6 bilhões de reais. Ainda assim, o dado acabou perdendo espaço diante da preocupação com as provisões.
“Acreditamos que o balanço pode acabar não sendo um vetor de preço para a ação conforme o processo de privatização toma corpo. No entanto, os empréstimos compulsórios afetam o valor futuro da Eletrobras e esperamos mais detalhes na teleconferência”, afirmaram os analistas em relatório. A teleconferência com investidores para comentar os resultados do trimestre será realizada às 14h30.
O BTG Pactual também destacou em relatório que é preciso ‘entender melhor’ o que levou a esse aumento do empréstimo compulsório, uma vez que ele é um componente relevante do processo de privatização da estatal.
Ainda assim, o banco recomenda compra das ações da Eletrobras, com preço-alvo de 68 reais, o que representa um potencial de valorização (upside) em torno de 112%.