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Ações da Braskem (BRKM5) caem quase 5%, após relatório de produção e vendas decepcionar

Divulgado na sexta, relatório apontou que a produção da Braskem permanece em níveis historicamente baixos

Braskem: números fracos do terceiro trimestre derrubam as ações da petroquímica (Braskem/Divulgação)

Braskem: números fracos do terceiro trimestre derrubam as ações da petroquímica (Braskem/Divulgação)

Janize Colaço
Janize Colaço

Repórter de Invest

Publicado em 30 de outubro de 2023 às 13h10.

Última atualização em 30 de outubro de 2023 às 13h32.

O relatório de produção e vendas da Braskem (BRKM5), referentes ao terceiro trimestre, decepcionou os investidores. Por volta das 13h15 desta segunda-feira, 30, as ações da petroquímica caem 4,22% e é a terceira maior queda do Ibovespa hoje. No dia 8 de novembro, a companhia irá reportar o seu balanço financeiro do período.

Divulgado na sexta, 27, o documento apontou que a produção da Braskem permanece em níveis historicamente baixos. No comunicado, a companhia atribui o resultado à desaceleração industrial das principais economias — como Estados Unidos, zona do euro e China, que apresentaram ligeira expansão de 0,6% e quedas de 1,7% e 5,6%, respectivamente.

“Adicionalmente, instabilidades operacionais causadas por fatores externos reduziram o volume de produção dos segmentos Brasil e México. No entanto, o efeito da sazonalidade e da expectativa de aumento nos preços nos próximos meses explicaram o maior volume de vendas no trimestre, principalmente no segmento brasileiro”, o relatório de produção e vendas da Braskem.

Santander: corte de preço-alvo da BRKM5

Para os analistas do Santander, os resultados operacionais apresentados pela Braskem foram mistos, porém sem deixar de indicar o cenário desafiador da indústria petroquímica. Junto a isso, eles apontam que os preços das matérias-primas poderão permanecer elevados em 2024. Considerando os desafios para o curto prazo, para o próximo ano, o Ebitda da companhia foi reduzido para US$ 1,4 bilhão pelo banco. 

“Embora elogiemos a atuação da Braskem, eficiência operacional e capacidade de ser quase neutro no fluxo de caixa livre (FCL) em ciclos baixos, acreditamos que o fraco ciclo petroquímico e potenciais problemas em Alagoas devem continuar pesando no estoque. Na frente de fusões e aquisições, acreditamos que a incerteza em torno de Alagoas impede uma decisão rápida por parte de um potencial comprador da Novonor em jogo”, escrevem em relatório.

Diante disso, o banco permanece com recomendação neutra para os papéis BRKM5. No entanto, o preço-alvo foi cortado de R$ 35 para R$ 22,50, ainda assim representa um upside de 28,3% frente ao fechamento da última sexta-feira. 

BTG: aguardando sinais mais claros de recuperação

Na visão dos analistas do BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME), apesar de uma ligeira recuperação trimestral, é esperado um trimestre bastante fraco, que deve mostrar o ciclo baixo do setor petroquímico. “Uma vez que a fraca procura não tem conseguido satisfazer o aumento das adições de capacidade, particularmente na Ásia”, dizem em relatório.

Para o terceiro trimestre, o banco prevê que os spreads de resina fiquem estáveis ​​(polietileno e polipropileno) e que os principais produtos químicos fiquem um pouco mais fracos. “Embora os resultados da empresa possam ser impulsionados por eventos pontuais positivos, relacionados ao reconhecimento de ganhos Regime Especial da Indústria Química [Reiq]”. 

Para EUA e Europa, é esperado uma ligeira melhoria devido ao crescimento anual das vendas e aos spreads estáveis ​​de propileno. No México, os resultados financeiros podem ser mais fracos, uma vez que os custos do etano continuaram a pressionar a rentabilidade. Diante disso, o banco projeta os seguintes resultados da Braskem para o terceiro trimestre:

  • Receitas líquidas: US$ 3,724 bilhões
  • Ebitda ajustado: US$ 166 milhões
  • Prejuízo: US$ 282 milhões

Os analistas do BTG pontuam que, apesar de a ação ter sofrido uma correção de cerca de 24% nos últimos meses, ainda consideram os múltiplos caros. “Além disso, não ficaríamos surpreendidos se ocorressem mais revisões negativas de lucros, razão pela qual continuamos a preferir a exposição no upstream através de produtores de petróleo e gás.”

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