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Como fica a bolsa com Trump?

O maior temor dos economistas e investidores se concretizou com a vitória de Donald Trump. E agora? Na Ásia, o índice japonês Nikkei despencou 5,36%; o Hang Seng, de Hong Kong, 2,16%. Na Europa, as bolsas caem entre 1,5% e 2% na Alemanha, na França e na Itália. O índice futuro da S&P 500 despencou […]

BOLSA DE NOVA YORK: o perigo é que os ativos supervalorizados e os empréstimos de alto risco possam perder valor e causar uma desaceleração econômica / Brendan McDermid/ Reuters

BOLSA DE NOVA YORK: o perigo é que os ativos supervalorizados e os empréstimos de alto risco possam perder valor e causar uma desaceleração econômica / Brendan McDermid/ Reuters

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Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2016 às 20h25.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h36.

O maior temor dos economistas e investidores se concretizou com a vitória de Donald Trump. E agora? Na Ásia, o índice japonês Nikkei despencou 5,36%; o Hang Seng, de Hong Kong, 2,16%. Na Europa, as bolsas caem entre 1,5% e 2% na Alemanha, na França e na Itália. O índice futuro da S&P 500 despencou 5%.

O banco Bernstein afirmou, em comunicado, que todos os investidores com exposição aos Estados Unidos vão ser afetados. Para o HSBC, assim como aconteceu no Brexit, os maiores efeitos serão sentidos no câmbio. Paul McNamara, analista da GAM Holding, afirma que, como é comum nesses momentos, a aversão ao risco tende a afetar mercados emergentes – embora ele não acredite em um cataclismo.

Analistas estimam que o Ibovespa deve despencar cerca de 5% na semana. “O grande medo do mercado é a incerteza que Donald Trump causa, ninguém sabe o que ele vai fazer”, afirma Celson Plácido, estrategista-chefe da XP Investimentos.

A consultoria Euromonitor estimou que a eleição do candidato republicano faria o crescimento do Brasil cair de 0,97% para 0,49% em 2017 e de 1,83% para 1,53% em 2018. Isso porque os Estados Unidos e o México (que seria largamente afetado por Trump) estão entre os principais parceiros comerciais do Brasil.

A boa notícia: o pânico, assim como aconteceu no Brexit, deve ser temporário. Para analistas, passados os primeiros dias, o mercado deve se acalmar e tentar entender as propostas econômicas de Trump (seja lá o que isso signifique).

Por aqui, pautas internas tendem a voltar ao radar. Ainda esta semana, mais de 50 empresas divulgam seus balanços do terceiro trimestre. Um levantamento da consultoria Economatica revela que o lucro das companhias que já divulgaram resultados no trimestre quintuplicou, chegando a 23 bilhões de reais, na comparação com o terceiro trimestre de 2015. Ao mesmo tempo, a dívida dessas companhias saiu dos 198,5 bilhões de reais do terceiro trimestre de 2015 para 178,9 bilhões.

Em outra frente, investidores devem dedicar mais atenção a reformas como a PEC do Teto. Se elas correrem bem, a bolsa pode caminhar para a previsão de fechar o ano nos 70.000 pontos. As ações mais beneficiadas devem continuar sendo aquelas ligadas ao governo, como Petrobras, Banco do Brasil e a companhia de energia Eletrobras. Um dos maiores gestores do país, entretanto, afirma que o buraco pode ser mais embaixo. Em uma carta enviada aos seus clientes, a gestora Verde, comandada por Luis Stuhlberger, afirma que uma consolidação da alta de juros nos Estados Unidos, a deterioração das contas públicas brasileiras e o ciclo de cortes de juros menos agressivos no Brasil devem frear os ânimos dos investidores.

O impacto real no curto prazo ficará muito mais claro quando as bolsas americanas abrirem hoje. Emoção pela frente.

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