10 razões para apostar em uma reviravolta da Bovespa
Para o Bank of America Merrill Lynch, um ponto de inflexão está próximo
Da Redação
Publicado em 2 de maio de 2013 às 16h08.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h37.
São Paulo – Os investidores continuam aguardar a recuperação da bolsa brasileira, que há quatro meses está em queda. O problema é que, apesar do desempenho fraco no período, muitos ainda viam a Bovespa como cara e, pior do que isso, muito influenciada por decisões imprevisíveis do governo. A boa notícia é que essa percepção está começando a mudar. “Os investidores tiveram uma visão bastante negativa sobre o Brasil nos últimos meses, que tem sido a visão consensual deste o final do ano passado. Entretanto, em nossa visão, um ponto de inflexão está próximo em termos de crescimento, resultados e sentimento”, analisa Felipe Hirai, do Bank of America Merrill Lynch. Ele assina um relatório com 10 razões para não ficar tão pessimista com o Brasil e um resumo disso você acompanha nas imagens a seguir:
![1º - Crescimento maior](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_lula-reuniao.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
2 /11(Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)
A equipe do banco americano ressalta que o setor agrícola deve ter um crescimento de 8,6% neste ano. Os estoques já estão baixos e o segmento de serviços também deve apresentar um bom desempenho, assim como o financeiro que deve ser menos impactado pela redução dos spreads. “O forte crescimento durante o governo Lula criou a falsa ilusão de que a atividade poderia avançar 5% em uma base sustentável”, lembra Hirai. Contudo, é importante ter em mente que o crescimento potencial do PIB está em torno de 3%, calcula o banco. A estimativa do BofA ML para 2013 é de um crescimento de 3,6%.
![2º - Investimento privado](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_rodovia_regis_bittencourt2.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
3 /11(Wikimedia Commons)
O governo precisa desesperadamente de investimentos privados, afirma o banco. E isso fez com que os retornos oferecidos em concessões saltassem de uma faixa de 5 a 5,5% para de 7 a 8%. “Além disso, não vemos espaço para uma forte intervenção em mais setores porque o governo já interviu e está desesperado por investimentos”, diz Hirai.
![4º - Uma equação perfeita](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_tombini8.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
4 /11(Marcelo Camargo/ Agência Brasil)
O banco americano lembra que o Brasil resgatou a confiança ao mostrar o compromisso com o controle da inflação. “Juros maiores = inflação ancorada = ortodoxia = confiança maior”, ressalta o banco. “A nossa percepção é de que o processo de aperto irá provavelmente manter a inflação dentro da banda e ajudar a reforçar a credibilidade da política econômica”, reforça o BofA ML.
![5º - Reserva cambial protege o país de choques externos](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_837737573.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
5 /11(Chung Sung-Jun/Getty Images)
O expressivo crescimento das reservas cambiais, que saltaram de 35,9 bilhões de dólares em 2001 para os atuais 378,6 bilhões de dólares, ajuda o Brasil a passar relativamente imune aos choques externos. “Hoje, o Brasil tem uma posição relevante em reservas internacionais, o que constitui uma proteção para possíveis mudanças na situação da balança de pagamentos”, afirma Hirai.
![6º - Reformas estruturais na agenda](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_mantega.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
6 /11(REUTERS/Nacho Doce)
O BofA ML reconhece que o Brasil tem aplicado mudanças em sua confusa legislação tributária para empresas, mas que como o processo tem sido fatiado em várias medidas o benefício, de uma forma geral, não é percebido. O banco cita a unificação do ICMS e as mudanças no PIS/Cofins, ambas anunciadas recentemente pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.
![7º - Demografia favorável](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_alunos_criancas_estudantes_em_sala_de_aula_de_escola_do_ensino_fundamental_em_sobral_ce_2.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
7 /11(Reprodução Relatório Excelência com Equidade, da Fundação Lemann e Itaú BBA)
As mudanças nos fatores demográficos no Brasil nas últimas décadas também são lembradas como pontos favoráveis ao país, como o fortalecimento da classe média, o maior acesso à educação e à saúde. “Neste sentido, mantemos a nossa visão construtiva sobre os setores ligados à demografia, mas preferimos a educação sobre a saúde, já que em nossa visão ainda existem riscos regulatórios de longo prazo no último”, diz o banco.
![8º - Superpotência agrícola](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_terminal-soja-porto-santos.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
8 /11(Germano Lüders/EXAME.com)
O Brasil é uma superpotência agrícola com 90 milhões de hectares disponíveis para agricultura, um bom clima e água em abundância, ressalta o banco. “O setor do agronegócio deve continuar em evidência nos próximos anos e continuamos a ver bons fundamentos para a agricultura global, direcionado principalmente pelo crescimento esperado no consumo de alimentos nos mercados emergentes”, ressalta o banco.
![9º - Produção de commodities](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_minerio1.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
9 /11(REUTERS/Beawiharta)
Após estacionar por três anos, a produção de commodities não-agrícolas (petróleo, minério de ferro e celulose) que está em 140 bilhões de dólares em 2012, deve voltar a apresentar crescimento após a paralisação/atrasos de novas capacidades. “Muitas empresas agora tem administrações que estão muito mais focadas na execução e retorno de novos projetos. Isso deve levar a uma agenda mais crível de crescimento, e limitar as revisões de investimentos”, avalia o banco.
![10º - As large caps](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_bovespa519.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
10 /11(BM&FBovespa/Divulgação)
O BofA ML acredita que a melhor maneira de participar do Brasil agora é por meio das grandes empresas na bolsa, como o Itaú Unibanco, Petrobras e Vale. Essas ações tiveram um desempenho abaixo do país em 40% desde 2009, calcula o banco. A bolsa brasileira negocia a 10,2 vezes o preço sobre o lucro esperado de consenso para 2013, o que mostra um desconto de 20% sobre as ações globais.
![Veja agora as 9 empresas listadas com maior risco de liquidez no Brasil](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_agencia-de-classificacao-de-risco-moody-s1.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
11 /11(Mike Segar/Reuters)
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