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Poupança, Tesouro Direto ou CDB: onde aplicar a reserva de emergência

O mercado oferece diversos produtos para a reserva de emergência. Mas é preciso prestar atenção em alguns requisitos antes de escolher o melhor ativo

Para escolher o melhor ativo é preciso observar alguns requisitos, como liquidez diária, baixo risco de crédito e volatilidade, que deve ser baixa (MicroStockHub/Getty Images)

Para escolher o melhor ativo é preciso observar alguns requisitos, como liquidez diária, baixo risco de crédito e volatilidade, que deve ser baixa (MicroStockHub/Getty Images)

A crise causada pela pandemia reforçou a importância da reserva de emergência. Prova disso é que a terceira edição do Raio X do Investidor Brasileiro, feito pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), apontou que 62% da população brasileira entrou na crise sem dinheiro guardado para imprevistos.

Além disso, muitas pessoas que tinham a reserva precisaram sacá-la em 2020. Levantamento do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGVcef) apontou que 42% dos entrevistados fizeram isso. Destes, 60% retiraram da caderneta de poupança, 15% de fundos de renda fixa e DI, 12% de papéis de renda fixa, como CDBs, e 8% venderam ações.

O ano de 2021, portanto, representa um desafio para os dois grupos. Quem ainda não tem uma reserva de emergência precisa começar. E aqueles que resgataram em 2020 devem repor o dinheiro gasto quanto antes para garantir a segurança diante de imprevistos, como perda do emprego ou problemas de saúde.

“É importante manter o compromisso de recompor o que foi tirado. Muitas pessoas sacam, esquecem e ficam sem reserva depois”, afirma Odilon Costa, analista de renda fixa e crédito privado do BTG Pactual digital.

Como estruturar a reserva de emergência

O primeiro passo é fazer um planejamento financeiro. Coloque na ponta do lápis suas receitas e mapeie as despesas. Segundo a regra 50-30-20, gastos fixos, como aluguel e condomínio, devem tomar 50% de seu orçamento. As contas variáveis, como planos de streaming, delivery e roupas, ficam com 30%. Os 20% restantes vão para investimentos. É dessa parte de seu orçamento que você vai buscar o dinheiro para a reserva de emergência.

O montante que vai preencher a reserva varia de acordo com seu perfil e a estabilidade da carreira. A conta básica é de seis meses dos custos mensais. Mas um funcionário público, por exemplo, que tem uma carreira estável, pode juntar de três a seis meses desse valor. Já profissionais autônomos devem ter uma reserva mais reforçada. Odilon Costa recomenda que a quantia cubra o equivalente a 12 vezes o valor de seus custos fixos mensais.

Onde aplicar a reserva de emergência

Para escolher o melhor ativo é preciso observar alguns requisitos. O principal é a liquidez, ou seja, o dinheiro precisa estar disponível para resgate a qualquer momento. O segundo é a volatilidade (as oscilações de valor), que deve ser baixa.

Os rendimentos devem superar a inflação ou chegar o mais próximo disso. Vale observar a taxa básica de juro da economia, a Selic, hoje em 2% ao ano, e o IPCA (principal indicador da inflação ao consumidor, medido pelo IBGE.) A Selic é referência para o CDI, que, por sua vez, indica a rentabilidade de alguns investimentos de renda fixa.

Busque investimentos que rendam no mínimo 100% da Selic. Por isso, a poupança não está na lista dos produtos mais vantajosos, já que rende 70% da Selic. “Outro agravante é que o rendimento depende dos aniversários mensais. Se você resgata antes dessa data, não ganha nada”, explica. “Se tem dinheiro na poupança, migre para ativos mais atrativos”, aconselha Costa.

Uma opção é o Tesouro Selic (um dos títulos do Tesouro Direto). Atrelado à taxa básica de juro da economia, esse ativo já garante um rendimento superior ao da poupança. “Mas é importante ressaltar que existe um risco operacional e que a partir de 10.000 reais é preciso pagar a taxa de custódia, o que pesa com a Selic a 2% ao ano”, afirma Costa.

“Fundos de Tesouro Selic são uma boa opção porque têm taxa zero, já que os títulos são negociados no mercado institucional, não no varejo”, explica.

Há também os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) com liquidez diária. O BTG Pactual digital oferece dois CDBs nesses moldes, com prazos de 12 ou 24 meses e taxas de remuneração equivalentes a 103% e 104% do CDI — indicador que acompanha a Selic e é o principal benchmark dos ativos de renda fixa.

Portanto, existem CDBs que também superam a rentabilidade da poupança e até mesmo do Tesouro Selic. Além disso, contam com respaldo do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que garante o saldo das aplicações em até 250.000 reais por CPF em caso de problemas com a instituição financeira.

“A ressalva é que diversos bancos oferecem esses produtos, mas é melhor escolher bancos mais conservadores, que têm menos risco de crédito. É um ponto importante, já que os CDBs são ativos de crédito privado”, explica. “Mesmo que tenha garantia do FGC, ela não é imediata. Se o banco tiver algum problema justo quando você precisar do dinheiro, pode não conseguir resgatar no prazo que gostaria”, finaliza.

 

 

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