Na tela, Demis Hassabis: CEO de divisão de IA do Google acredita que "hype" pode atrapalhar ciência por trás da IA (Getty Images/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 2 de abril de 2024 às 15h14.
Última atualização em 9 de abril de 2024 às 16h17.
Sem titubear, o CEO da divisão de IA do Google disse que a indústria de inteligência artificial está cheia de exageros e vigaristas. Em entrevista ao site americano Financial Times, Sir Demis Hassabis ainda comparou o "sucesso" da IA ao das criptomoedas nos últimos anos.
Segundo o executivo, os investimentos bilionários em startups do setor e em produtos de IA generativa "trazem um monte de 'hype' (entusiasmo) e talvez um pouco de golpes". “Isso obscurece a ciência e a pesquisa”, complementa.
Tendo sido cofundador da DeepMind em 2010, Hassibis tem anos de experiência no setor de IA. A empresa britânica foca em pesquisas e desenvolvimento de máquinas de inteligência artificial e foi adquirida pelo Google em 2014.
Hassibis também argumentou que, além de criar condições ideais para vigaristas, o entusiasmo em torno da IA pode desviar a atenção das inovações reais que acontecem em toda a indústria. Ele não está errado: é preciso ressaltar que a IA é um campo diversificado.
Ao mesmo tempo que temos Microsoft e OpenAI; Amazon e Anthropic e até o próprio Google com a DeepMind em busca de aperfeiçoar os chatbots de IA generativa, também temos, por exemplo, startups utilizando da IA para o tratamento de pacientes paraplégicos.
“Isso obscurece a ciência e a pesquisa, que são fenomenais”, disse Hassibis ao FT. “De certa forma, a IA não é suficientemente elogiada, mas em alguns sentidos é demasiado elogiada”.