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Previsões meteorológicas com IA enfrentam teste durante temporada de furacões

Startups utilizam balões sofisticados e IA para aprimorar previsões climáticas com resultados promissores

Inteligência artificial tem melhorado a previsão meteorológica e ajudado a diminuir mortes e destruição. (Getty Images/Getty Images)
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 17 de julho de 2024 às 11h24.

Na Califórnia, um balão equipado com sensores é lançado ao céu, dando início a uma missão que pode atravessar o país.A WindBorne, uma startup que utiliza inteligência artificial para previsões meteorológicas, está à frente desta inovação que promete transformar a forma como monitoramos o clima. As informações são da Bloomberg.

Durante até 12 dias, os balões coletam dados sobre velocidade do vento, temperatura e pressão atmosférica, contribuindo para previsões mais precisas. Esses dados são valiosos não apenas para comerciantes de energia, mas também para a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA, em inglês), que está testando se essas informações podem aprimorar suas capacidades de previsão.

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Além disso, a WindBorne desenvolve uma ferramenta própria de previsão meteorológica baseada em IA. Com uma temporada de furacões potencialmente recordista, os pesquisadores estão atentos às projeções da empresa e de outros novos modelos de previsão.

Fundada em 2019 por John Dean, Kai Marshland e Andrey Sushko, a WindBorne combina paixão por ciência e tecnologia com melhorias em balões meteorológicos. Desde seu primeiro voo em 1890, esses balões dependem dos ventos. No entanto, os balões da WindBorne podem navegar autonomamente graças a um sistema de lastro e sensores.

Lançamentos regulares de quatro locais nos EUA, Coreia do Sul e Cabo Verde fornecem dados globais constantes. Lançamentos programados capturam informações sobre eventos climáticos específicos. Em 2022, por exemplo, a NOAA trabalhou com a WindBorne para monitorar rios atmosféricos que inundam o oeste dos EUA.

Furacões serão um real teste

A NOAA testou a incorporação dos dados da WindBorne em modelos experimentais, com resultados promissores.Em uma apresentação na conferência da Sociedade Meteorológica Americana, foi mostrado que isso teria melhorado a previsão da trajetória do furacão Fiona em 18%.

A WindBorne utiliza seus balões para treinar seu próprio modelo de previsão meteorológica com IA, alimentado por um conjunto de dados do Centro europeu de previsões do tempo (ECMWF, em inglês) com informações climáticas desde 1940. Inserindo dados recentes, a empresa cria previsões de 10 dias para diversos parâmetros.

Esta temporada de furacões será um verdadeiro teste para a WindBorne. Com oceanos superaquecidos que podem gerar ciclones mais perigosos, a startup está lançando balões de Cabo Verde. Seus clientes incluem agências governamentais e indústrias dependentes do clima, como energia e aviação. Tanto a ECMWF quanto a NOAA estão desenvolvendo seus próprios modelos de IA.

Previsões imprecisas para eventos de alto risco podem minar a confiança na tecnologia. Enquanto os modelos de IA mostram potencial na previsão das trajetórias de furacões, os modelos físicos ainda lideram na previsão da intensidade.

A WindBorne reconhece os riscos, mas vê grande potencial nos dados aprimorados.Um estudo do National Bureau of Economic Research de 2024 encontrou que as melhorias na previsão de furacões desde 2007 reduziram os custos de danos e perdas de vidas em 19%.A meta da empresa é ter 10.000 balões no ar simultaneamente, coletando dados e proporcionando uma compreensão maior da atmosfera. A startup deseja tornar as previsões do tempo tão precisas quanto um calendário, eliminando surpresas.

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