Inteligência Artificial

Physical Intelligence levanta US$ 400 milhões para desenvolver "alma" para robôs

Investimento foi liderado por Jeff Bezos e empresas de capital de risco; startup visa software generalista que funcione em qualquer máquina

Robô humanóide da Figure AI, o Figure 01 (Figure AI/Divulgação)

Robô humanóide da Figure AI, o Figure 01 (Figure AI/Divulgação)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 5 de novembro de 2024 às 11h03.

Última atualização em 5 de novembro de 2024 às 11h04.

A Physical Intelligence, startup de inteligência artificial focada em criar um "cérebro universal" para robôs, anunciou nesta segunda-feira que captou US$ 400 milhões em uma rodada de investimentos liderada por Jeff Bezos, presidente executivo da Amazon, além dos fundos venture capital Thrive Capital e Lux Capital. Entre outros investidores estão OpenAI, Redpoint Ventures e Bond.

Como Satya Nadella, CEO da Microsoft, quer criar uma IA para 8 bilhões de pessoas

A rodada avalia a startup, fundada neste ano, em cerca de US$ 2 bilhões, excluindo o novo investimento, um salto expressivo em relação aos US$ 70 milhões angariados em sua fase inicial. A empresa planeja criar um software base que funcione para qualquer robô, eliminando a abordagem tradicional de desenvolver software específico para cada tipo de máquina ou tarefa.

"O que estamos fazendo não é apenas um cérebro para um robô específico", disse Karol Hausman, cofundador e CEO da Physical Intelligence. "É um cérebro generalista único que pode controlar qualquer robô."

Desenvolver esse modelo é um desafio: exige uma vasta quantidade de dados sobre operações no mundo real, algo que ainda não existe em grande escala e que a empresa está trabalhando para coletar. Segundo a startup, os avanços recentes em modelos de IA capazes de interpretar dados visuais têm contribuído para sua pesquisa.

Entre os fundadores da empresa estão Hausman, ex-cientista de robótica do Google; Sergey Levine, professor da Universidade da Califórnia, em Berkeley; e Lachy Groom, investidor e ex-executivo da Stripe. Na semana passada, a empresa publicou um estudo mostrando como seu software – denominado π0, ou pi-zero – permitiu que robôs executassem tarefas como dobrar roupas, organizar mesas e amassar caixas.

Hausman classificou o software como um "verdadeiro generalista". A Physical Intelligence descreveu sua tecnologia como algo ainda próximo ao GPT-1, o primeiro modelo de chatbots da OpenAI, sinalizando que ainda há muito desenvolvimento até alcançar a complexidade de sistemas como o ChatGPT.

Outras startups também trabalham com IA generalista para robôs, como a Skild e a Figure AI, que tem apoio de Bezos e da OpenAI. A Amazon possui um interesse direto no setor, ampliando sua automação com robôs para reduzir custos e agilizar entregas. Já a Tesla, liderada por Elon Musk, também investe em IA para robótica, com Musk afirmando recentemente que o robô humanoide da Tesla será "o maior produto de todos os tempos".

Acompanhe tudo sobre:RobôsInvestimentos de empresasVenture capitalStartups

Mais de Inteligência Artificial

Nova esperança contra o câncer: IA detecta 21% mais casos de tumores em mamografias

IA do Google reconhece emoções para melhorar legenda automática no celular

Você é você? Como essa unicórnio da Estônia usa IA para driblar deepfakes e outras falsificações

xAI vai superar a OpenAI? Empresa de Musk capta R$ 36 bi e desafia gigantes do setor