'Pai da IA' insta governos a enfrentarem perigos da tecnologia
O respeitado cientista de IA, Geoffrey Hinton, falou para uma plateia lotada na conferência tecnológica Collision, na cidade canadense.
Agência de notícias
Publicado em 29 de junho de 2023 às 12h12.
Geoffrey Hinton, um dos chamados "pais" da inteligência artificial (IA), instou os governos nesta quarta-feira, 28, a intervirem e garantirem que as máquinas não assumam o controle da sociedade.
Hinton ganhou destaque em maio quando anunciou que estava deixando o Google após uma década de trabalho para falar mais livremente sobre os perigos da IA, logo após o lançamento do ChatGPT, que capturou a imaginação do mundo.
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A conferência reuniu mais de 30.000 fundadores de startups, investidores e profissionais do setor de tecnologia, a maioria procurando aprender como aproveitar a onda da IA e não ouvir uma lição sobre seus perigos ou um apelo para interferência governamental.
"Antes que a IA seja mais inteligente do que nós, acho que as pessoas que a desenvolvem deveriam ser incentivadas a dedicar muito esforço para entender como ela pode tentar tomar o controle", disse Hinton.
"No momento, há 99 pessoas muito inteligentes tentando melhorar a IA e uma pessoa muito inteligente tentando descobrir como impedi-la de assumir o controle, e talvez seja melhor termos mais equilibro", afirmou.
Hinton alertou que os riscos da IA devem ser levados a sério.
"Acho importante que as pessoas entendam que isso não é ficção científica, isso não é apenas alarmismo", insistiu. "É um risco real que devemos pensar e precisamos descobrir antecipadamente como lidar com ele."
Hinton também expressou preocupação de que a IA aprofundaria a desigualdade, com os enormes ganhos de produtividade resultantes de sua implementação beneficiando os ricos e não os trabalhadores.
"A riqueza não vai para as pessoas que fazem o trabalho, vai para enriquecer os ricos e não os mais pobres, e isso é uma sociedade muito ruim", acrescentou.
Ele também apontou o perigo das "fake news" criadas por bots semelhantes ao ChatGPT e disse esperar que o conteúdo gerado por IA possa ser marcado de forma semelhante às marcas d'água feitas pelos bancos centrais nas cédulas de dinheiro.
"É muito importante tentar, por exemplo, marcar tudo o que é falso como falso. Se isso é possível tecnicamente, eu não sei", concluiu.