Redação Exame
Publicado em 11 de dezembro de 2025 às 05h58.
A Oracle anunciou nesta quarta-feira, 10, que suas receitas trimestrais totalizaram US$ 16,1 bilhões, um aumento de 14% em relação ao ano anterior. A receita do setor de nuvem cresceu 34%, mas o desempenho de sua infraestrutura de nuvem, voltada para empresas de inteligência artificial (IA), ficou abaixo das expectativas dos analistas, com US$ 4,1 bilhões.
A empresa também reportou um lucro operacional ajustado de US$ 6,7 bilhões, com aumento de 10%. No entanto, o aumento substancial das despesas de capital causou preocupação entre investidores. Durante o trimestre, a Oracle investiu cerca de US$ 12 bilhões, quase US$ 3,7 bilhões a mais do que o esperado. A previsão de gastos para o ano fiscal também foi elevada, com um aumento de US$ 15 bilhões em relação às estimativas anteriores.
O principal ponto de apreensão para os investidores é o elevado risco associado à expansão da Oracle. A empresa tem se endividado para financiar a construção de infraestrutura para IA. Recentemente, a Oracle vendeu US$ 18 bilhões em títulos e agora possui uma dívida total superior a US$ 100 bilhões. De acordo com as projeções, sua dívida ajustada pode mais que dobrar até 2028, ultrapassando os US$ 300 bilhões, o que aumenta a incerteza sobre a sustentabilidade financeira da companhia a longo prazo.
Embora a Oracle tenha contratos significativos no setor de IA, como o acordo de US$ 300 bilhões com a OpenAI, a preocupação é que esses contratos envolvem pagamentos a longo prazo, o que pode retardar os retornos financeiros esperados. Essa incerteza contribuiu para uma queda de mais de 11% nas ações da Oracle após o fechamento do mercado, e a empresa perdeu mais de 30% de seu valor de mercado desde setembro.