Inteligência Artificial

O que nos torna humanos e não podemos substituir com IA

Entre a eficiência da IA e a essência humana: O equilíbrio necessário em nosso futuro tecnológico

Izabela Anholett
Izabela Anholett

Chief Technology Officer (CTO)

Publicado em 23 de agosto de 2023 às 09h11.

Última atualização em 23 de agosto de 2023 às 09h13.

De que a inteligência artificial (IA) fará parte do nosso dia a dia, ninguém duvida. Mas do que estamos abrindo mão para que essa revolução aconteça?

De um lado, muitos são os dados que mostram ganhos de produtividade e aumento de lucros com a adoção de inteligência artificial. Do outro, temos visto diversas discussões e, até mesmo, a greve dos roteiristas de Hollywood mostrando que existe sim um lado escuro nessas aplicações.

Leia também: Três ferramentas de IA que vão transformar a sua produtividade

Eu mesma, sou uma grande apoiadora de aliarmos IA no nosso dia a dia. Aliar. Combinar. Juntar.

O que mais me chama atenção em todos esses aspectos divergentes é que estamos esquecendo o principal: que somos humanos e isso tem significados mais profundos do que a aplicação de um robô que vai substituir sua atividade manual.

Somos mais complexos em nossos sentimentos, avaliações e pensamentos do que uma máquina poderia representar.

Uma das preocupações com a aplicação de IA, inclusive, é essa: ao esquecermos o que trazemos para a mesa, substituir atividades que são fundamentalmente melhor performadas por humanos.

Ao pensar em uma ideia de campanha para o público feminino brasileiro, ter o feeling e a capacidade de conexões dos humanos é um diferencial. Claro, a IA também te sugere ideias e, muitas vezes, até surpreendentes. Mas o nosso olhar crítico sobre tudo isso é fundamental.

É preciso abrir mão?

É nesse momento que me questiono sobre como estamos conseguindo manter nossa capacidade de fazer as perguntas certas. De ter um olhar crítico sobre o que qualquer modelo de inteligência artificial está nos sugerindo ou nos fazendo consumir.

Por um lado, a vida fica mais fácil – encontrar um filme indicado para você no seu streaming é facilitado, bem como aquele produto em um ecommerce que é exatamente o que eu estava procurando. Mas, quantas vezes você saiu do motor de recomendação e tentou buscar algo por você? Se formos usar o meme, “como faziam os incas”.

Até que ponto estamos abrindo mão da nossa capacidade humana de nos relacionar, delegando ao ChatGPT a realização de avaliações de desempenho dos nossos colaboradores ou levantamento de pontos para uma conversa difícil?

Por quantas vezes estamos deixando de perceber o outro simplesmente por não querer e nos dedicando tempo a preencher excel, ao invés de pensarmos em como fazer diferente.

Se você está se perguntando se minha percepção sobre inteligência artificial mudou? Não, nem um pouco. Continuo vendo em IA um motor transformador incrível, inclusive para os próprios times de Tecnologia.

E devemos adotar a inteligência artificial na sua capacidade máxima. Mas isso também quer dizer que devemos continuar nos transformando e sendo humanos em nossa total capacidade.

Acompanhe tudo sobre:Inteligência artificial

Mais de Inteligência Artificial

Lançamento do Gemini 2.0 inaugura caminho para Google estrear sua "era dos agentes"

É o fim da IA? Futurista Amy Webb prevê novas tecnologias que devem revolucionar o mercado em 2025

OpenAI lança Sora, seu gerador de vídeos por IA; saiba como funciona

Nova esperança contra o câncer: IA detecta 21% mais casos de tumores em mamografias