Inteligência artificial contra a dengue: Como a Mapzer usa IA para encontrar focos de Aedes aegypti
Com uma inteligência artificial acoplada em veículos, a empresa faz o reconhecimento e mapeamento de espaços urbanos, identificando em tempo real locais que podem ser criadouros do mosquito da dengue
Repórter
Publicado em 2 de abril de 2024 às 13h45.
Última atualização em 9 de abril de 2024 às 16h17.
No mês de março, o Brasil registrou um alarmante número de 2 milhões de casos de dengue, segundo o Ministério da Saúde. O número crítico demonstra que as ações atuais de conteção do mosquito não são suficientes para frear sua expansão.
Cenários assim, apesar de negativos, são ideais para inovações. Uma dessas, que se vale da dor comum de centenas de cidades brasileiras, vem da startup paranaense chamada Mapzer, que utiliza inteligência artificial (IA) para identificar potenciais criadouros do Aedes aegypti em áreas urbanas.
Desde sua fundação em 2022, a empresa já localizou mais de 1 milhão de potenciais focos de dengue em 23 municípios. Para chegar nessa marca, a empresa se vale de um veículo que leva uma câmera de alta resolução, sensores especiais e IA.
Ao estilo do carro usado pelo Google para mapear as ruas no Maps, a solução faz o reconhecimento por foto e vídeo, em tempo real, de ocorrências como buracos em ruas e avenidas, falta de sinalização vertical ou horizontal, lixo em locais irregulares, carros estacionados, entulho nas calçadas, tampas de bueiro quebradas, entre outros.
Os dados com imagens e localizações são inseridos em um software de acesso aos departamentos públicos responsáveis que podem imediatamente gerar uma ordem de serviço. A Mapzer garante a cobertura de 100% da área urbana com prazos que variam de acordo com a especificidade de cada região: demanda, relevo, trânsito, dia da semana.
Paulo Machado, diretor executivo da Mapzer, ressalta o papel da IA como uma ferramenta vital para o monitoramento urbano e a prevenção de doenças. A empresa, que nasceu da visão de Gabriel Terleski e seus sócios, com um investimento de R$ 5 milhões. E, para os próximos dois anos, a previsão de aplicação é de R$ 10 milhões.
Em um teste rodado em Goiânia, por exemplo, houve uma significativa redução nos problemas de infraestrutura urbana após a adoção da IA, com destaque para a diminuição de 46% no número de buracos e 49% em irregularidades em tampas de bueiro, entre junho e setembro de 2023.
Batatais e Hortolândia, municípios paulistas, também registraram melhorias após a implementação da tecnologia, evidenciando a importância da inteligência artificial na gestão pública e no combate a questões de saúde pública.