Inteligência Artificial

Emissões de carbono do Google sobem 50% devido à IA

Demanda crescente por inteligência artificial faz emissões de carbono do Google dispararem, comprometendo meta de zerar emissões até 2030

Inteligência artificial tem feito companhias aumentarem sua emissão de carbono. (Google/Divulgação)

Inteligência artificial tem feito companhias aumentarem sua emissão de carbono. (Google/Divulgação)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 3 de julho de 2024 às 06h27.

As emissões de carbono do Google aumentaram quase 50% em comparação com 2019, de acordo com o relatório ambiental de 2024 da empresa. Esse aumento significativo é atribuído ao maior consumo de energia em seus centros de dados e às emissões da cadeia de suprimentos, impulsionados pelos avanços rápidos e pela crescente demanda por inteligência artificial (IA). As informações são da CNBC.

O consumo total de eletricidade dos centros de dados do Google aumentou 17% em 2023, o que impactou diretamente suas emissões de carbono. A demanda por eletricidade para IA é uma tendência global, com previsão de crescimento de até 20% até 2030. Apesar de serem mais eficientes energeticamente que a média, os centros de dados do Google ainda enfrentam desafios significativos para reduzir seu impacto ambiental

O relatório destaca que, embora a empresa esteja comprometida com a mitigação do impacto ambiental através da otimização de modelos e infraestrutura eficiente, a rápida expansão da IA impõe obstáculos logísticos e temporais para a implementação de fontes de energia renovável.

Impacto da IA nas emissões

O Google não é a única empresa de tecnologia a enfrentar um aumento nas emissões devido à IA. A Microsoft, por exemplo, reportou um aumento de quase 30% em suas emissões desde 2020, principalmente devido à construção de novos centros de dados.

O cenário atual pressiona as grandes empresas de tecnologia a equilibrar o crescimento da IA com práticas sustentáveis, buscando soluções inovadoras para reduzir suas pegadas de carbono. A eficiência energética e o uso de fontes renováveis são cruciais para minimizar o impacto ambiental, mas a implementação dessas soluções enfrenta obstáculos significativos.

O aumento das emissões de carbono devido à IA é um fenômeno que não afeta apenas o Google. Empresas como Microsoft e Meta também enfrentam desafios semelhantes. A Microsoft relatou que suas emissões de carbono aumentaram quase 30% desde 2020, principalmente devido à construção de novos centros de dados. Da mesma forma, a Meta registrou emissões significativas durante o treinamento de seus modelos de IA, como o OPT, que gerou mais de 75 toneladas métricas de dióxido de carbono (CO₂) durante o processo.

O OpenAI, por exemplo, enfrentou um grande aumento nas suas emissões de carbono devido ao treinamento de seu modelo GPT-3, que emitiu mais de 500 toneladas métricas de CO₂. Este aumento é parcialmente explicado pelo uso de hardware mais antigo e menos eficiente durante o treinamento do modelo.

A Amazon também relatou aumentos nas emissões de carbono, com grande parte desse crescimento atribuível à operação de seus centros de dados e ao uso de IA para diversas funcionalidades, desde recomendações de produtos até a operação de seus assistentes de voz.

Acompanhe tudo sobre:GoogleTecnologiaInteligência artificialEmissões de CO2

Mais de Inteligência Artificial

Você é você? Como essa unicórnio da Estônia usa IA para driblar deepfakes e outras falsificações

xAI vai superar a OpenAI? Empresa de Musk capta R$ 36 bi e desafia gigantes do setor

ChatGPT e 'David Mayer': o mistério do nome que a IA não reconhece

Projeto de regulamentação de IA no Brasil é aprovado em comissão no Senado e plenário analisa texto