Inteligência Artificial

Como é andar em um carro sem motorista da Waymo — fomos até Los Angeles para testar

Empresa já realiza mais de 100 mil viagens semanais nas três cidades onde opera, com previsão de faturamento anual acima de US$ 50 milhões

Publicado em 26 de agosto de 2024 às 16h29.

Última atualização em 26 de agosto de 2024 às 17h13.

LOS ANGELES - Em uma experiência de primeira mão, a EXAME testou o carro autônomo da Waymo, subsidiária do Google, nas ruas de Los Angeles (Califórnia, EUA). A cidade é a terceira a receber a fase de testes do veículo, que já passou por Phoenix, no Arizona, e São Francisco e desembarcou na ensolarada cidade da Califórnia em junho. Com uma frota de menos de 50 carros na cidade, o serviço ainda é limitado, mas representa um passo significativo no avanço da mobilidade urbana autônoma.

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A Waymo utiliza o modelo elétrico i-Pace da Jaguar, e que possuem um funcionamento bastante simples para o usuário: solicita-se o veículo através de um aplicativo chamado Waymo One, semelhante ao uso de apps de transporte[/grifar]. O carro chega até o local indicado com as iniciais do nome do solicitante exibidas na tela, e as portas só destravam após autorização pelo aplicativo.

Por fora, o veículo já representa alguns avanços em relação aos concorrentes e versões autônomas anteriores da Waymo, que possuem um aparato de radares bastante robusto. O carro ainda é visualmente equipado por fora, mas muito menos do que já foi em versões de 2019, da parceria anterior com a Renault-Nissan.

Jaguar i-Pace da Waymo: 100 mil corridas realizadas por semana

Ao entrar no veículo, uma grande tela touch permite ao passageiro iniciar a viagem, que só começa após o cinto de segurança ser colocado. Durante o trajeto, que foi realizado próximo à famosa Hollywood Boulevard, o carro demonstrou alta precisão ao seguir as leis de trânsito, mantendo velocidades seguras entre 30 e 40 km/h. A tecnologia permite que o Waymo identifique e responda a outros veículos, pedestres e até animais, mostrando tudo em tempo real na tela interna.

Além do conforto típico de um carro de luxo, como o Jaguar, o Waymo se destaca pela interface interativa, que permite aos passageiros ouvir suas músicas preferidas através de plataformas como Spotify e Apple Music. Caso o passageiro se sinta inseguro, existe um botão de ajuda que, ao ser acionado, faz o carro parar e estacionar automaticamente.

Depois de 15 anos dedicados à pesquisa e desenvolvimento e um investimento superior a US$ 8 bilhões, a Waymo, subsidiária da Alphabet (empresa-mãe do Google), finalmente transformou seus robotáxis em um negócio viável, segundo a Forbes.

Com mais de 100 mil viagens por semana nas três cidades onde opera, a receita anual da empresa pode ultrapassar US$ 50 milhões este ano, considerando uma tarifa média de US$ 20 por corrida. Isso representa um crescimento impressionante em relação a 2022, quando a receita estimada pelo Pitchbook foi inferior a US$ 1 milhão — um salto de aproximadamente 1.000%.

Segurança nas ruas

Durante o teste, Joe Eric, responsável por apresentar o veículo à EXAME, destacou que a maioria dos acidentes envolvendo carros autônomos não são causados por eles, mas por outros motoristas. Ele ressaltou a precisão do Waymo ao seguir as regras de trânsito, uma percepção confirmada durante o trajeto.

Ao finalizar a viagem, o usuário simplesmente encerra a corrida no aplicativo, e o carro se dirige sozinho para atender a outro pedido. A fase de testes em Los Angeles, que já dura dois meses, é um indicativo de que a Waymo está comprometida em transformar o trânsito urbano, não apenas na cidade, mas potencialmente em todo o mundo.

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