Aline Guedes fala em evento presencial de encerramento da primeira turma do MBA de Inteligência Artificial da Faculdade Exame (Eduardo Frazão/Exame)
Publicado em 4 de novembro de 2024 às 17h10.
"Quanto mais tecnológico o ambiente, mais humano o líder precisa ser."
Para Aline Guedes, Group Project Manager na Serena e professora na Faculdade Exame, as práticas de liderança precisam passar por uma mudança estrutural dentro do contexto atual, dominado por ferramentas digitais e novas tecnologias.
Ela compartilhou suas percepções sobre liderança humanizada no evento de encerramento da primeira turma do MBA de Inteligência Artificial para Negócios da Faculdade EXAME, no escritório da EXAME, em São Paulo.
"Quanto mais ferramentas de tecnologia a gente tem para aumentar nossa eficiência, mais sobra tempo para outras coisas que dependem da mente humana," explica. "Por isso, eu me sinto cada vez mais na responsabilidade de ser o mais humana possível."
Na experiência pessoal dela, a maternidade a fez uma líder "absurdamente melhor". Quando seu filho nasceu, há oito anos, ela percebeu que ser mãe e ser líder compartilham muitos dos mesmos atributos.
"Eu preciso dar apoio, eu preciso dar segurança para que as pessoas ousem, arrisquem, trabalhem e estejam ali, dispostas," conta. "Preciso, também, dar direcionamento para elas usarem as ferramentas de forma correta; se errarem, preciso explicar porque erraram e ajudar a consertar."
Outro ponto fundamental nas práticas de liderança modernas é a composição de equipes com diversos backgrounds e especialidades.
Aline entende que times formados por pessoas de diferentes gerações, como millennials e Geração Z, e com habilidades variadas, oferecem uma riqueza de perspectivas.
"Ter um time multidisciplinar é absurdamente rico. Sempre se perde experiência em times com pessoas de uma geração só. A gente perde uma vivência que poderia colaborar para que a gente tivesse um resultado melhor diante de vários pontos de vista," reflete.
Isso favorece o aprendizado contínuo, pois profissionais mais experientes compartilham vivências, enquanto os mais jovens geralmente tem mais conhecimento sobre novas tecnologias. A convivência entre essas gerações enriquece o ambiente de trabalho, permitindo uma visão mais ampla e um desempenho aprimorado.
Por outro lado, formar uma equipe diversa requer uma liderança atenta e disposta a entender os pontos fortes de cada indivíduo, mas, o resultado vale a pena.
"Eu acredito muito em colocar as pessoas naquilo que elas são melores o tempo todo," enfatiza. "É só não exigir das pessoas coisas que elas não estão prontas, não estão aptas e não estão a fim."
Isso potencializa a produtividade e a inovação, pois cada um está alocado em sua respectiva especialidade e onde está feliz.
Trabalhar com sua especialidade, no entanto, não significa não aprender. Uma boa liderança se traduz em apoiar a equipe, especialmente ao usar novas tecnologias e ferramentas digitais.
Aline relata a experiência de aprender com colegas mais jovens sobre o uso de ferramentas como o Figma, reconhecendo que essa troca gera um ambiente colaborativo e de desenvolvimento.
“Eu falo, 'Gen Z, vem cá, eu não sei sair daqui', e elas vêm e me ajudam a sair de algum cenário que eu não consigo”, brinca.
Essa abertura reflete a prática de uma liderança que busca não apenas resultados, mas também o bem-estar da equipe.É importante de criar um ambiente onde as pessoas sintam-se felizes e satisfeitas com seu trabalho ao final do dia. Para ela, um bom líder é aquele que se preocupa com a saúde emocional e mental de sua equipe, criando condições para que todos se sintam valorizados e produtivos.
"Eu me sinto na responsabilidade de cuidar da minha equipe, e eu uso muito o verbo 'cuidar' mesmo," finaliza Aline.