Um em cada quatro brasileiros sofre com a síndrome de burnout, segundo pesquisas da USP. (Delmaine Donson/iStockphoto)
Faculdade EXAME
Publicado em 29 de agosto de 2024 às 20h25.
A saúde mental é um assunto que vem sendo cada dia mais discutido. E não é à toa. Segundo a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), um em cada quatro brasileiros sofre com a síndrome de burnout. Outro relatório, do International Stress Management Association (Isma-BR), mostra que o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de países com mais casos da doença.
Os dados acendem o alerta sobre as condições de trabalho a que os profissionais brasileiros estão sendo submetidos e apontam a necessidade de melhorias nas organizações.
Quer saber mais sobre o assunto? Continue a leitura desse texto e entenda o que é burnout, como identificar essa síndrome e, no final, descubra os 10 passos que podem te ajudar a salvar sua saúde mental. Boa leitura.
Em entrevista à EXAME, a psicóloga e terapeuta clínica há 15 anos com abordagem cognitiva comportamental, Larissa Fonseca, explica que
“burnout é um quadro evolutivo com sintomas do estresse associados à ansiedade, à depressão, aos sentimentos de inferioridade e ao perfeccionismo - este conjunto desencadeia em um "bug" mental. A cabeça fica improdutiva e não consegue mais funcionar corretamente, a pessoa fica com problemas na memória, esquece coisas simples e o corpo para, seja com um desmaio, vômitos ou crises de choro.”
Tem sentido esses sintomas com frequência? Cuidado: você pode estar entrando em um quadro de burnout.
As pessoas que sofrem dessa síndrome geralmente experimentam uma combinação de sintomas físicos, emocionais e comportamentais, que podem variar de pessoa para pessoa. Abaixo listamos alguns dos sinais comuns. Confira.
Exaustão física e mental: sentimento persistente de cansaço, dificuldade em se recuperar após um dia de trabalho e sensação de falta de energia.
Despersonalização: desenvolvimento de uma atitude negativa e distante em relação às responsabilidades profissionais.
Diminuição do desempenho profissional: redução da eficiência no trabalho, dificuldade em cumprir prazos e baixa autoestima em relação às próprias realizações profissionais.
Problemas de saúde e sono: insônia ou dificuldade em adormecer, sonhos relacionados ao trabalho que causam interrupções no sono. Dores de cabeça frequentes , problemas gastrointestinais e doenças frequentes devido à diminuição do sistema imunológico também podem surgir.
Isolamento social: tendência a se isolar dos colegas de trabalho, amigos e familiares, além da dificuldade em compartilhar sentimentos ou buscar apoio.
A Way Minder, startup mineira de solução tecnológica, realizou um estudo que utiliza a inteligência artificial com mais de 600 funcionários de 17 organizações em maio deste ano.
As profissões de extrema competitividade, com metas inatingíveis, que demandam longas cargas horárias e com descanso indefinido, geralmente, são as que desencadeiam a síndrome.
A pesquisa indica que as seguintes áreas corporativas são as que mais sofrem com burnout no Brasil:
Evitar o burnout envolve a implementação de estratégias eficazes para gerenciar o estresse e promover um equilíbrio saudável entre o trabalho e a vida pessoal.
Lembre-se de que a prevenção do burnout é um processo contínuo e individual. Adaptar essas estratégias à sua situação específica e estar atento às suas próprias necessidades é essencial para manter seu bem-estar.