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Dilma age para se reaproximar de Lula

Depois de Lula ter culpado Dilma pela operação de busca da PF na empresa de seu filho, várias ações foram feitas para impedir que a guerra interna do PT aumente


	Apadrinhamento político: depois de Lula ter culpado Dilma pela operação de busca da PF na empresa de seu filho, várias ações foram feitas para impedir que a guerra interna do PT aumente
 (Ricardo Stuckert/Instituto Lula/Divulgação)

Apadrinhamento político: depois de Lula ter culpado Dilma pela operação de busca da PF na empresa de seu filho, várias ações foram feitas para impedir que a guerra interna do PT aumente (Ricardo Stuckert/Instituto Lula/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2015 às 08h18.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff comandou nesta terça-feira, 27, uma estratégia de reaproximação com seu padrinho, Luiz Inácio Lula da Silva, evitando que a crise política se agravasse ainda mais.

Um dia depois de Lula ter culpado Dilma pela operação de busca e apreensão da Polícia Federal na empresa de seu filho caçula, Luís Cláudio, vários gestos foram feitos pelo Palácio do Planalto para impedir que a guerra interna no PT atingisse o ápice, contaminando o relacionamento já desgastado entre criador e criatura.

Dilma embarcou para São Paulo, no fim do dia, e participou da festa de 70 anos do ex-presidente, no Instituto Lula. Antes disso, bem cedo, ela telefonou para Lula, postou um vídeo no Facebook chamando-o de "parceiro de todas as horas", disse ter orgulho de caminhar "lado a lado" dele e o cumprimentou pelo aniversário.

A ordem no Planalto é não jogar mais lenha na fogueira. No núcleo do governo, o argumento é que um divórcio dos dois, nesse momento, só interessa à oposição.

Um ministro contou ao jornal O Estado de S. Paulo que Dilma disse a Lula entender o seu desabafo de pai, mas garantiu não ter controle sobre as ações da Polícia Federal, que na segunda-feira vasculhou a empresa LFT Marketing Esportivo, de Luís Cláudio, ao investigar negociações de medidas provisórias.

Erros

Mais calmo, o ex-presidente negou ter responsabilizado Dilma pela operação policial, mas, nos bastidores, em conversa com amigos, ele tem reclamado da sucessora e apontado erros na condução da política e da economia. Queixa-se por não ser ouvido e diz que, se ela e o governo não mudarem, sua candidatura ao Planalto, em 2018, será inviável.

Na tentativa de mostrar que a relação com Lula não está abalada, Dilma cogita aparecer novamente ao seu lado amanhã, na reunião do Diretório Nacional do PT, em Brasília.

O problema é que, além de todos os atritos, Lula não perdoa o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O coro contra Cardozo, puxado pela corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), majoritária no PT, deve ser retomado na reunião desta quarta-feira (28) da Executiva do partido e também amanhã, no encontro do diretório petista.

Dilma já avisou, no entanto, que Cardozo fica. A pedido da presidente, o titular da Casa Civil, Jaques Wagner, tenta desde a semana passada reconstruir pontes e marcar um encontro entre Lula e o ministro da Justiça. Sem sucesso.

A ação da PF no escritório do filho de Lula terá como efeito imediato a mudança de foco na reunião da cúpula do PT. A ideia era aproveitar o encontro para ampliar a pressão sobre o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, além de discutir a campanha municipal de 2016.

Uma ala do PT também quer que o partido condene publicamente o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), suspeito de esconder contas na Suíça com dinheiro da Petrobrás, mas isso não vai ocorrer. A defesa de Lula e do PT deve ofuscar outras polêmicas.

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