Thomson Reuters publica livro que une físico e digital; obra é conectada à Web3 e NFTs
Obra de mais de 1.600 páginas trata dos mais diversos assuntos relacionados à blockchain e criptoativos; lucro de NFTs será revertido para ONG de formação de jovens para a nova fase da internet
Mariana Maria Silva
Publicado em 8 de dezembro de 2022 às 09h00.
O mercado editorial brasileiro ganhou, no último mês, uma adição que pretende colaborar para a digitalização do setor e formar profissionais e especialistas em uma das tecnologias que mais se destacou nos últimos tempos: o blockchain.
Intitulado “Criptoativos, Tokenização, Blockchain e Metaverso – Aspectos Filosóficos, Tecnológicos, Jurídicos e Econômicos”, o livro publicado pela editora Revista dos Tribunais da Thomson Reuters une o físico ao digital. Com formato impresso e digital emitido na forma de token não fungível (NFT), a obra pretende colaborar para uma transformação em ambos os setores, editorial e de criptoativos.
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“A presente obra parte da premissa de que realidade e virtualidade não atuam em oposição, mas, sim, em verdadeira conjunção. Um verdadeiro salto desprendido de amarras que, ao invés de proteger da queda, acabam por impedir a chegada a lugares inexplorados – é o que se pretende. Os artigos desta obra cumprem a função de descortinar esses lugares inexplorados, dando instrumentos para a compreensão dessa ‘nova realidade digital’ e sua intersecção com a ‘realidade’ até então credenciada como oficial”, disse Paulo Cesar Conrado, Doutor e Mestre em Direito Tributário pela PUC-SP e Juiz Federal em São Paulo, que participou da coordenadação do projeto.
São 1.696 páginas que reúnem 94 autores brasileiros, norte-americanos e europeus para tratar sobre a tecnologia blockchain em quatro aspectos, segundo um comunicado de imprensa:
• Filosófico: evolução tecnológica, dogma de consenso, ontologia, semiótica;
• Tecnológico: conceitos, funcionamento de criptoativos, algoritmos de consenso, contratos inteligentes, finanças descentralizadas;
• Jurídico-regulatório e econômico: natureza jurídica dos criptoativos e tokens, competência regulatória, marco legal do câmbio, jogos e moedas virtuais;
• Tributários e penais: tributação de criptomoedas, compliance fiscal, nota fiscal eletrônica, acordos de bitributação, evasão de divisas, dentre outros.
A versão digital do livro fará parte de uma coleção de 100 NFTs, cujo lucro será revertido para o Instituto Educar+, no Complexo do Chapadão, Rio de Janeiro.
A ONG tem o objetivo de democratizar o acesso à leitura e expandir a perspectiva de mundo de crianças, adolescentes e jovens através da educação, cultura e tecnologia na periferia do Rio de Janeiro.
“A missão do Educar+ é expandir a perspectiva de mundo de crianças, adolescentes e jovens através da educação, da cultura e da tecnologia, com a venda das NFTs iremos garantir a sustentabilidade dos nossos projetos tecnológicos. Poder fazer parte disso como ONG apoiada, é para nós, sem dúvidas, ter a certeza de que o nosso trabalho está sendo feito de forma ativa e sendo reconhecido por isso”, destaca Carol dos Santos, CEO do Educar+.
Atualmente, o Educar+ tem em sua grade aulas que vão desde a alfabetização até o Web3F.avela, que é o seu programa de educação para capacitar jovens para a nova fase da internet, que engloba a tecnologia blockchain, criptomoedas e NFTs.
Os NFTs da coleção são divididos em três tipos, com preços e vantagens diferentes, como cópias autografadas e o acesso a uma plataforma educacional sobre o assunto.
A coordenação do projeto enxerga um grande potencial no mercado de trabalho brasileiro envolvendo a Web3, conhecida como a nova fase da internet. Mesmo após a queda no preço de seus principais ativos, o mercado cripto brasileiro segue aquecido e contratando novas pessoas.
“Nós temos uma massa de jovens extremamente ávida por conhecimento, que tem vontade de aprender, que tem vontade de participar do mercado de trabalho, com posições que sejam extremamente qualificadas”, mencionou Daniel de Paiva Gomes, Mestre em Direito Tributário pela Fundação Getulio Vargas e Doutorando pela PUC-SP, que participou da coordenação do projeto.
“Optamos por uma iniciativa 100% sem fins lucrativos, direcionando totalmente o produto da arrecadação da venda desses NFTs editoriais para a formação desses jovens, para que eles possam participar do mercado de trabalho, seja desenvolvendo aplicações web3 a nível de mercado brasileiro ou, mesmo estando no Brasil, terem a oportunidade de prestarem serviços para empresas do exterior com a possibilidade de receberem em dólar, inclusive”, concluiu.
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