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Startup leva royalties para o blockchain e democratiza indústria da música

A brasileira TuneTraders inova na tokenização de royalties, buscando empoderar artistas e plugar as principais distribuidoras e associações do mundo da música no blockchain

Artistas poderão receber dividendos sobre suas músicas (Yuichiro Chino/Getty Images)

Artistas poderão receber dividendos sobre suas músicas (Yuichiro Chino/Getty Images)

Com o aumento na adoção à tecnologia blockchain, a indústria da música e artistas em todo o mundo podem se beneficiar de um maior controle de suas criações e os lucros que elas podem gerar. O modelo ainda é uma novidade no setor, e funciona da seguinte forma: os artistas cedem parte dos recebíveis em royalties de uma obra para que investidores lucrem sempre que a música for executada em streamings ou apresentações. A partir da negociação, o artista recebe uma quantia pela cessão.

No Brasil, uma empresa já atua com os investimentos em fundos musicais e busca aprimorar o formato, com o lançamento de um novo modelo de validação e distribuição de royalties. A intenção é plugar as principais distribuidoras e associações do mundo da música no blockchain.

“Na nossa opinião, não adianta nada você ser dono de uma música, de uma obra de arte, sem você poder gozar dos dividendos dela. Essa é a nossa premissa e é o que defendemos”, destaca Gayotto, que também é compositor, roteirista e cineasta.

(Mynt/Divulgação)

Maurício Magaldi, especialista em tecnologia blockchain e mentor da TuneTraders, explicou que o que a plataforma está fazendo no momento é digitalizar o sistema de rastreamento de royalties, através de associações que recebem do ECAD, ou de distribuidoras que recebem direto do Spotify e outros serviços de streaming, inserindo esses dados no blockchain.

O processo é chamado de tokenização de royalties. “Dessa forma, a gente tem uma rastreabilidade desses royalties no blockchain e colocamos isso nos contratos digitais”, contou Magaldi, que é líder global de criptoativos na consultoria inglesa 11:FS.

“Com esta inovação, cada fã se torna um ‘embaixador’ da música e, com isso, o artista conquista novas oportunidades. A gente se aproximou do artista, o artista se aproximou do público e o público se aproximou dele, se tornando coprodutor fonográfico”, afirmou Carlos Gayotto.

A partir das compras de cotas estabelecidas de uma obra, o artista recebe o dinheiro para gravar, produzir e promover seu projeto. Após o lançamento, o coprodutor divide os royalties junto com o artista a cada vez que a música é ouvida. Quanto mais a faixa for executada nas plataformas digitais de música, mais o artista - e o fã coprodutor - aumentam suas receitas, de acordo com a quantidade de cotas adquiridas.

Entre os sucessos da plataforma estão as faixas "Travo" de Paulo Novaes e AnaVitória, reproduzida 500 mil vezes em 1 mês, "Leveza", de Joice Terra e a Batalha de Versos, em parceria com a Fluve, que premiou os rappers Nunez, Pazqim, Victor Fit e Andreia Dacal, e, em 2021, “O Tempo Não Espera”, de Zeca Baleiro.

"Eu consegui o dinheiro para o clipe e os fãs puderam comprar uma parte dos royalties, todo mês eles recebem uma porcentagem em cima do número de reprodução no streaming", declarou o cantor Paulo Novaes.

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