Movimentações de retirada de bitcoin atingiram todos os tipos de carteiras, de pequenos a grandes investidores (Namthip Muanthongthae/Getty Images)
Cointelegraph Brasil
Publicado em 14 de novembro de 2022 às 14h16.
Os investidores de bitcoin estão movendo cada vez mais suas participações para soluções de autocustódia após o colapso da segunda maior corretora de criptomoedas do mundo, a FTX, na semana passada.
Os dados de saques e depósitos em exchanges estão mostrando um aumento no fluxo de saída da criptomoeda para carteiras de autocustódia, de acordo com o provedor de análise Glassnode. A empresa informou que as retiradas de bitcoin em exchanges atingiram níveis históricos de 106.000 por mês.
A Glassnode acrescentou que isso aconteceu apenas três vezes anteriormente: em abril de 2022, novembro de 2020 e entre junho e julho de 2022. Segundo a empresa, o número de carteiras de bitcoin que receberam o ativo de endereços em exchanges subiu para cerca de 90 mil em 9 de novembro.
As saídas nas exchanges geralmente são um sinal otimista de que o bitcoin está sendo mantido com foco no longo prazo. No entanto, nesse caso, parece ser o resultado de uma confiança cada vez menor nas corretoras de criptomoedas centralizadas.
A Glassnode comentou que as saídas resultaram em “mudanças positivas de saldo em todas os segmentos do mercado, de camarões [pequenos investidores] a baleias [grandes investidores]”, acrescentando ainda que "o fracasso da FTX criou uma mudança muito distinta no comportamento dos detentores de bitcoin em todos os segmentos”.
Desde 6 de novembro, quando a crise do FTX começou, as movimentações aumentaram em todos os tamanhos de carteira de bitcoin. Nas de investidores “camarões”, que têm menos de uma moeda, aumentaram para 33.700 bitcoin. As carteiras de baleias, com mais de 1.000 moedas, tiveram um aumento de 3.600 bitcoin, indicando que o impulso de autocustódia está acontecendo em todos os setores.
Os líderes do setor estão agora começando a defender soluções de autocustódia, enquanto a frase “não são suas chaves, não são suas moedas” ganhou mais peso do que nunca.
Em 13 de novembro, o educador da Ethereum, Anthony Sassano, disse que os detentores de criptomoedas não deveriam armazenar seus ativos em exchanges centralizadas, a menos que negociassem ativamente grandes quantidades regularmente.
A Glassnode informou ainda que as stablecoins, muitas das quais perderam a paridade com os ativos a que estão atreladas na semana passada, estão fluindo para as exchanges a taxas mais altas desde a semana passada.
Em 10 de novembro, mais de US$ 1 bilhão em stablecoins chegaram às exchanges centralizadas. A reserva total de stablecoins em todas as corretoras que a Glassnode acompanha atingiu um novo recorde histórico de US$ 41,2 bilhões.
“Os ecos do colapso da FTX provavelmente irão remodelar a indústria em muitos setores e mudar a dominância e a preferência por ativos sem confiança versus ativos emitidos centralmente”, concluiu a companhia.
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