Reserva entra no mundo dos criptoativos com primeira coleção de NFTs
Em entrevista, o diretor de Marketing Digital da marca de roupas explica a ReservaX, que deve lançar seus primeiros NFTs nas próximas semanas, com a promessa de mais por vir
Gabriel Marques
Publicado em 16 de março de 2022 às 09h00.
Última atualização em 16 de março de 2022 às 09h53.
De olho na transformação causada pela Web3 e a descentralização, a marca Reserva anunciou a ReservaX, frente voltada para estudar inovação e novas tecnologias. O primeiro resultado vem na forma de uma coleção de NFTs do Pistol Bird, ou "pássaro pistola", uma versão mais invocada do famoso logotipo da marca.
Em entrevista exclusiva à EXAME, Pedro Cardoso, diretor de Marketing Digital da Reserva, head de UX/UI e responsável pela Reserva X, contou mais sobre o projeto e sobre o que os fãs e colecionadores podem aguardar.
“Desde o ano passado, já estávamos de olho em projetos relacionados ao metaverso e Web3. Já entendíamos que é um caminho irreversível”, disse Pedro. “Começamos a estudar a descentralização, o blockchain, o metaverso, realidade aumentada, produtos virtuais, e percebemos que se tentássemos fazer tudo, não iríamos fazer nada”, completou.
O plano de ter presença nos metaversos foi deixado de lado após a constatação de que ainda se trata de um meio pouco consolidado. A falta de um mundo virtual principal, explica Pedro, faria com que tivessem de escolher um único para atuar.
Em setembro do ano passado, a atenção virou para os NFTs. Embora sejam negociados como tal, a marca os vê menos como um ativo financeiro e mais como mais uma forma de contato com o cliente fã da marca. “Estamos tentando encarar não tanto como um ativo financeiro, embora saibamos que vai ter esse uso. Queremos nos relacionar com o cliente, vemos os NFTs como uma forma de vínculo, por isso estamos colocando esses benefícios. Estamos vendo como uma forma de relacionamento”, disse o executivo.
Os benefícios mencionados variam de acordo com o NFT. São três classes: Admission, Creator e Royal. Todos dão direito a um moletom exclusivo com o pica-pau invocado, além de acesso a uma coleção inteira com o novo mascote para detentores dos tokens. O Royal, mais exclusivo, limitado a apenas cinco, tem como um de seus benefícios uma mentoria de uma hora com o CEO e fundador da Reserva, Rony Meisler.
A coleção será dividida em dois drops. O primeiro, que deve ser anunciado nas próximas semanas, vai contemplar somente os da classe Admission, com seis artes e 81 NFTs em cada, contemplando cinco benefícios para cada token. O segundo, vai contar com outras 6 artes, mais caras e com mais benefícios.
Existe ainda o aspecto sócio-ambiental da coleção, salientado por Pedro como uma das partes mais importantes do projeto. “Estamos fazendo a compensação da emissão de carbono de cada venda junto à Moss, empresa conhecida por neutralizar emissões, bancamos o custo e eles fazem a compensação. Além disso, temos como parceiro o Banco de Alimentos. Nessa parceria, eles entram no smart contract, ou seja, quando acontece a venda do NFT, eles já recebem automaticamente. Além disso, a cada 25% do supply vendido, fazemos a doação de 1 ether pra ONG”, explicou.
Sobre a possível entrada da marca no metaverso, ele diz que depende de dois fatores: a capacidade de ligar o produto virtual ao físico, e vice-versa, e a existência de um ambiente mais consolidado. “A pessoa que comprar o produto virtual ter direito, ou desconto, no mesmo produto no mundo físico. Sobre a consolidação, esperemos uma API, ou algo do tipo, que permita o mesmo produto estar disponível em todos os metaversos com ambientes diferentes”, explicou Pedro.
No momento, a Reserva vai focar seus esforços na coleção de NFTs atual e em futuras, que podem conter imagens de tênis e outras peças da marca, com diferentes benefícios pensados pela públicos diferentes, mas mantendo a visão de conexão com o cliente. “Vamos analisar o desejo e a recompra (da coleção atual), e vamos calibrar a segunda coleção, com uma tiragem um pouco maior, para eventualmente saciar um desejo de compras muito grande, que pode acontecer na primeira tiragem”, comentou o executivo.
A venda primária vai acontecer pelo site da ReservaX e a janela de reivindicação para os benefícios deve ser de mais de 30 dias, estimulando o comprador a não vender o token para poder aproveitar os seus benefícios.
Sobre o futuro da moda no ambiente virtual, Pedro finalizou: “A grande maioria das marcas de moda tem um interesse nisso, e pelo o que conversamos com as outras marcas (do grupo Arezzo & Co), esse entusiamo existe. Então, acho que veremos mais algumas marcas caminhando pra isso”.
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