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'Quem atacar o bitcoin vai fracassar', diz CEO de maior corretora cripto

Changpeng Zhao compartilhou post que relembra crítica de ex-CEO do Credit Suisse em 2017, antes de revelações sobre crise do banco

Crise do Credit Suisse contribuiu para alta do bitcoin (Reprodução/Reprodução)
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 22 de março de 2023 às 11h35.

Changpeng Zhao, CEO da corretora de criptomoedas Binance, criticou na última terça-feira, 21, os críticos ao bitcoin e outras criptomoedas, lembrando de comentários feitos em 2017 pelo então CEO do Credit Suisse. O banco teve uma postura contrária ao mercado cripto, mas a crise pela qual passou nos últimos meses acabou ajudando na valorização do setor.

O responsável pela maior corretora de criptomoedas do mundo compartilhou um post no Twitter que relembrava e criticava a fala de Tidjane Thiam. Em 2017, ele declarou que a maior cripto do mercado tinha "uma série de desafios. O primeiro sendo realmente a questão do anonimato".

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"Eu acho que a maioria dos bancos, no atual cenário regulatório, tem pouco ou nenhum apetite para se envolver com uma moeda com tantos desafios de lavagem de dinheiro", comentou ainda Thiam. Ele permaneceria no cargo até o início de 2020, quando renunciou após acusações de espionar um ex-funcionário.

O então responsável por liderar o Credit Suisse afirmou ainda que "pelo que podemos identificar, a única razão hoje para comprar ou vender bitcoin é ganhar dinheiro, o que é a própria definição de especulação e a própria definição de bolha", se referindo a uma bolha financeira, quando investidores fazem ativos dispararem sem fundamentos.

Ao falar sobre as declarações de Thiam, Zhao disse que "o bitcoin nunca bate de volta, mas aquelas que o atacam vão fracassar". Recentemente, o CEO também elogiou a criptomoeda, destacando que ela "não tem mudanças de política" e é "estável matematicamente falando".

O post compartilhado por Zhao foi feito pelo empresário Gabor Gurbacs, que comentou que era "velho o suficiente para lembrar quando o CEO do Credit Suisse disse que o bitcoin é uma bolha. O preço do bitcoin era de US$ 7 mil naquele momento. Agora é de US$ 28 mil. Enquanto isso, o Credit Suisse está sendo adquirido por um concorrente e resgatado pelos bancos centrais".

Desde a fala de Thiam, a criptomoeda passou por novos ciclos de alta e baixa, mas acumula uma forte valorização e uma adoção crescente em relação àquele período. Atualmente, o ativo tem uma nova tendência de alta, e ultrapassou os US$ 28 mil exatamente devido a uma crise em que o Credit Suisse se inseriu.

Alta do bitcoin

A alta global de juros ao redor do mundo prejudicou bancos que estavam excessivamente alavancados e com operações financeiras de risco, caso do banco suíço nos últimos anos. Depois que alguns bancos regionais faliram nos EUA, os investidores ficaram ainda mais preocupados com a saúde do Credit Suisse, e o cenário obrigou o banco a ser resgatado.

Nesse cenário, o bitcoin passou a atrair investidores por dois motivos, segundo analistas. O primeiro é que a criseno sistema bancário reforça a tese da criptomoeda, que surgiu como uma alternativa descentralizada no sistema financeiro, e por isso está atraindo investidores. Outros apontam uma possível mudança de visão no mercado, com a ideia de que o bitcoin seria um "ouro digital" ganhando mais adeptos.

Além disso, há uma mudança de perspectiva do mercado quanto ao ciclo de alta de juros nos Estados Unidos. Os investidores passaram a projetar uma postura mais branda do Federal Reservereforçada após as recentes falências bancárias —, com altas menores e possíveis cortes já no segundo semestre. O cenário favorece ativos considerados mais arriscados, caso das criptomoedas, já que torna a renda fixa americana menos atrativa e reduz temores sobre uma possível recessão na maior economia do mundo.

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