Queda da Luna pode ser "teste de estresse" para o bitcoin, diz analista
A queda de 99% da criptomoeda Luna afetou o mercado de criptomoedas e até mesmo o bitcoin. No entanto, impacto pode não ser duradouro, segundo analista do BTG Pactual
Da Redação
Publicado em 12 de maio de 2022 às 18h00.
Última atualização em 12 de maio de 2022 às 18h24.
Por Lucas Costa*
O bitcoin tem uma semana de intensa volatilidade, acumulando perdas de 17% com aumento do mal humor global e crise no ecossistema da plataforma Terra. O universo dos criptoativos segue o movimento de sell-off nos mercados globais, mas a crise na Luna e perda de paridade da stablecoin — criptomoeda estável — UST intensificaram a pressão vendedora.
O gráfico diário do bitcoin mostra ferramenta de Fibonacci conectando o fundo em US$ 32.837 e topo em US$ 48,24 mil, com o objetivo de traçar as expansões do movimento. A perda do fundo em US$ 32,84 mil pode ter sido um gatilho importante de acionamento de uma série de stops e zeragem de posições alavancadas.
O cenário atual é de quedas, mas enxergamos alguma tentativa de recuperação para teste dos US$ 31 mil, visto que o movimento está muito distante da média móvel de 21 períodos e tende a não permanecer afastado por muito tempo. Os alvos do movimento de baixa são US$ 26.641 (141,4%), US$ 23.320 (161,8%) e US$ 17.436 (200%).
O movimento causado pela queda da Luna pode impactar o bitcoin no curto prazo, mas enxergamos o seu efeito de forma diluída nos prazos maiores. É importante ressaltar que situações como essa são testes de estresse e que mostram cada vez mais a importância do maior criptoativo que temos hoje, visto que o sistema é robusto apesar da volatilidade. A crise no ecossistema da Terra levanta o debate sobre stablecoins e suas lógicas de funcionamento, visto que do ponto de vista técnico ainda não conseguimos achar um fundo de preço.
*Lucas Costa é mestre em administração e economista pela Universidade Federal de Juiz de Fora, atuou como pesquisador acadêmico e professor nas temáticas de blockchain, criptomoedas e comportamento de consumo, sendo um dos fundadores do grupo de pesquisa Blockchain UFJF. Foi operador de câmbio em mesa proprietária com foco em análise técnica, e trader pessoa física em mercado futuro. Atualmente, é analista técnico CNPI do BTG Pactual digital, e apresenta a sala ao vivo de análises de maior audiência do Brasil.
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