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Plano de R$ 1,3 bilhão busca salvar criptomoeda que caiu 99,9%, enquanto criador é investigado

Desenvolvedores do blockchain Terra criaram uma proposta que busca atrair novos usuários para a rede, ligada ao criptoativo Luna

Projeto, batizado de "Terra Expedition", envolveria uma alocação de 95 milhões de Luna (EXAME/Exame)
JP

João Pedro Malar

Publicado em 19 de outubro de 2022 às 18h35.

Última atualização em 19 de outubro de 2022 às 18h47.

Desenvolvedores lançaram na segunda-feira, 17, um plano para retomar o uso da rede blockchain Terra, ligada à criptomoeda Luna. A moeda digital caiu mais de 99,9% e afetou a stablecoin da rede, a UST, que perdeu sua paridade com o dólar no maior colapso da história do setor.

O projeto, batizado de Terra Expedition ("Expedição Terra", numa tradução livre), envolveria uma alocação de 95 milhões de Luna, cerca de US$ 248 milhões na cotação atual (R$ 1,3 bilhão, aproximadamente) em projetos para desenvolver o ecossistema da rede e corrigir problemas do projeto inicial.

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De acordo com os desenvolvedores, o objetivo é "alinhar melhor os incentivos em todo o ecossistema e focar em atrair desenvolvedores, integrar usuários e promover uma liquidez profunda".

-(Mynt/Divulgação)

Originalmente, o protocolo estabelece a alocação de 0,5% do suprimento total de Luna como uma reserva de emergência, 1,5% para um programa de alinhamento de investidores e 9% para um projeto de remuneração de mineradores.

Na proposta dos desenvolvedores, esses 9,5% do total da criptomoeda seriam usados em três iniciativas: incentivos financeiros para desenvolvedores usarem a Terra em seus projetos, aprofundamento de liquidez da rede e atração de usuários. A duração inicial seria de quatro anos.

Os desenvolvedores estabelecem ideias como um conselho de fiscalização, limite de projetos por ano, com um teto de Luna que poderia ser utilizado, e bolsas e outros incentivos para mineradores e desenvolvedores de produtos como tokens não fungíveis ( NFTs, na sigla em inglês).

A meta do grupo é aumentar os casos de usa da Luna e do Terra de modo a valorizar a criptomoeda e retomar o protagonismo da rede, que já foi um dos principais protocolos blockchain do mercado antes do seu colapso.

O colapso da Luna ocorreu junto com o da UST. A stablecoin era algorítmica, e a paridade com o dólar deveria ser garantida por uma reserva em Luna, e não na própria moeda americana, o mais comum nesse tipo de ativo.

Quando a Luna iniciou uma tendência de queda devido ao cenário macroeconômico ruim, a UST desvalorizou pela perda de confiança nas garantias de reservas e perdeu a paridade com o dólar. Isso gerou uma reação em cadeia de retirada de investimentos nos dois criptoativos da Terra.

Além disso, o fundador da rede blockchain, Do Kwon, vem enfrentando problemas na Justiça. Em setembro, a Interpol emitiu um "alerta vermelho" global em nome de sua prisão.

Promotores da Coreia do Sul, país de origem de Kwon, emitiram um mandado para a sua prisão por supostas violações das leis de mercado de capitais do país e foram responsabilizados pelo colapso da Luna e da UST.

Kwon nega irregularidades no sistema e reiterou seu compromisso com o ecossistema Terra e o relançamento do token Luna. O empresário, cujo paradeiro é desconhecido, afirma que não está "fugindo ou algo semelhante", e reiterou seu compromisso com a rede Terra e seus ativos.

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