País confirma envolvimento com bitcoin e revela estar minerando cripto há anos
Butão, uma pequena nação na Ásia, usa fundo de investimentos para realizar diversas operações envolvendo criptoativos
Redação Exame
Publicado em 2 de maio de 2023 às 11h42.
O Butão, um reino budista localizado na Ásia e com menos de 800 mil habitantes, revelou na última semana que tem realizado diversas operações envolvendo o bitcoin há anos. De acordo com o jornal local The Bhutanese, um fundo de investimentos controlado pelo governo do país chegou a obter empréstimos em criptoativos, além de minerar criptomoedas.
A reportagem entrou em contato com o Druk Holding and Investments, a empresa controlada pelo governo do país, para esclarecer a extensão da relação entre suas operações e o mundo das criptomoedas. O próprio jornal descreveu a informação como "maior e mais interessante" do que noticiado anteriormente.
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O CEO do DHI, Ujjwal Deep Dahal, explicou que a companhia busca ter um portfólio diversificado de investimentos, o que a levou ao mundo das criptomoedas. Uma das principais operações do fundo neste setor está no financiamento de mineradores de bitcoin no Butão.
De acordo com Dahal, o DHI começou a financiar projetos de mineração "há alguns anos" e teria sido um dos primeiros a entrar nesse segmento, quando o preço da criptomoeda estava na casa dos US$ 5 mil. Dados do CoinGecko mostram que o ativo esteve nessa cotação pela última vez em 2019.
Dahal afirmou que o foco das atividades de mineração é o bitcoin por ele ser "mais famoso e seguro", mas que o DHI chegou a financiar mineração do ether, atividade que não é mais possível após a mudança no mecanismo de consenso do blockchain Ethereum em setembro de 2022.
O CEO também confirmou a informação de que o DHI realizou empréstimos em criptoativos com as empresas falidas BlockFi e Celsius. Ele explicou que os valores foram usados para realizar investimentos, mas que os empréstimos já foram quitados pelo fundo.
Nosso portfólio contém investimentos em uma variedade de classes de ativos que oferecem exposição a setores tradicionais e às indústrias que impulsionam a economia moderna. Isso inclui ações globais, renda fixa e investimentos de capital de risco em startups promissoras, o setor imobiliário nacional e internacional, energia renovável, incluindo geração hidrelétrica, healthtechs, biotecnologia, ciências da vida e agrotecnologia e mineração e investimento em ativos digitais", destacou o DHI.
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Butão e bitcoin
A reportagem do The Bhutanese destacou que o Butão possui características favoráveis para a mineração do bitcoin, em especial um amplo uso de fontes de energia renovável, com destaque para a hidrelétrica, e regiões montanhosas com baixa temperatura, reduzindo custos de resfriamento das máquinas usadas na mineração.
O DHI também revelou que os projetos de mineração já são autossuficientes, não demandando novos aportes para funcionar. As criptomoedas mineradas são vendidas para gerar a receita necessária para pagar contas de eletricidade ou então comprar mais máquinas para expandir a operação.
Além das vendas, o fundo também armazena parte dos bitcoins gerados com foco em uma valorização de longo prazo. O DHI mantém em seu radar a realização do chamado halving em 2024, quando a quantidade de bitcoin recompensada por bloco verificado cairá pela metade, o que tende a valorizar o ativo.
Na visão da companhia, os riscos atrelados à exposição à criptomoeda são baixos no momento, já que não há compra do ativo e a mineração ocorre com uso de fontes de energia baratas. O objetivo com as operações, ressalta o DHI, é "adotar a tecnologia e se beneficiar dela, ao invés de tentar acessá-la já no fim do seu processo de valorização".
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