Sam Bankman-Fried é o ex-CEO da corretora FTX (Bloomberg/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 2 de abril de 2024 às 14h00.
Sam Bankman-Fried, ex-CEO e fundador da FTX, falou pela primeira vez sobre a falência da corretora de criptomoedas após ser condenado a 25 anos de prisão nos Estados Unidos. Assim como em outras entrevistas, o executivo negou que tenha cometido crimes no caso, mesmo tendo sido considerado culpado por fraude.
Bankman-Fried respondeu por e-mail a perguntas feitas pelo canal de televisão ABC News. Ele está detido deste agosto de 2023 no Centro de Detenção Metropolitano do Brooklyn, em Nova York. Na última quinta-feira, 28, o juiz Lewis Kaplan sentenciou o ex-CEO da FTX a 25 anos de prisão após sua condenação por sete acusações criminais.
"Eu nunca pensei que o que estava fazendo fosse ilegal", disse Sam Bankman-Fried na entrevista. "Eu sou assombrado, todos os dias, pelo que foi perdido. Nunca tive a intenção de prejudicar alguém ou pegar o dinheiro de alguém".
Em suas respostas, Bankman-Fried buscou evitar a responsabilidade pelo colapso da corretora de criptomoedas em novembro de 2022, afirmando que tomou "decisões ruins", mas não agiu de forma "altruísta ou egoísta". Antes da sentença, o executivo compartilhou afirmações semelhantes e disse ainda que a exchange "teria sobrevivido" e os clientes seriam reembolsados se tivesse tido a chance de concluir seu plano para evitar a falência.
As declarações à ABC podem ser uma das últimas feitas por Sam Bankman-Fried antes de ser transferido para uma prisão federal. O juiz responsável pelo caso recomendou que o ex-CEO cumpra o restante de sua pena em uma prisão de segurança média ou baixa na área da Baía de São Francisco, na Califórnia.
Especialistas jurídicos sugeriram que o ex-CEO poderia reduzir anos de sua sentença por bom comportamento, mas não há liberdade condicional no sistema prisional federal. Os advogados de Bankman-Fried afirmaram em 28 de março que pretendiam recorrer da sentença. Nenhuma apelação foi protocolada até o momento.
Bankman-Fried é acusado de ter liderado as operações da FTX que resultaram na falência surpreendente da corretora em novembro de 2022 e geraram um prejuízo de mais de US$ 8 bilhões (R$ 40 bilhões) para os clientes. Na época, a exchange era a segunda maior do mercado e o então CEO tinha uma fortuna bilionária.
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