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Moedas digitais de bancos centrais são inovação “perigosa", afirma criador da critpomoeda Cardano

Charles Hoskinson disse em entrevista recente que não vê as CBDCs como criptomoedas, e projetou riscos com a tecnologia

Algumas das maiores economias do mundo estudam projetos de implementação de CBDCs, caso dos Estados Unidos e zona do euro (alengo/Getty Images)
JP

João Pedro Malar

Publicado em 28 de setembro de 2022 às 15h59.

O empresário Charles Hoskinson, um dos responsáveis pela criação dos blockchains Cardano e Ethereum, criticou as moedas digitais de bancos centrais ( CBDCs ) em uma entrevista na última semana.

No canal de YoutTube "Cheeky Crypto", Charles Hoskinson afirmou que as CBDCs seriam a “inovação mais perigosa que já vimos na política monetária”.

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-(Mynt/Divulgação)

Para ele, elas “não são cripto”, mesmo que possam “seguir as bases dos criptoativos”: “Eu nunca na minha vida apoiarei um sistema em que podemos dar um monopólio ilimitado para alguém em qualquer momento para ter controle total sobre toda a sua autonomia financeira e seu acesso econômico”, destacou ele.

A principal preocupação levantada por Hoskinson está ligada à privacidade dos usuários das CBDCs, e possíveis controles excessivos por parte dos bancos centrais.

Ele afirma que as CBDCs dão “superpoderes” para as autarquias, permitindo, por exemplo, retirar dinheiro de um grupo de pessoas ou aplicar descontos e preços maiores dependendo do consumo de determinados produtos, no que chamou de “discriminações em transações”.

“Você, enquanto legislador, tem poderes divinos, você tem os códigos de trapaça, e pode ter um controle completo sobre toda a sua economia”, disse.

Para o criador do Cardano, as CBDCs retirariam a privacidade das transações, abrindo margem para perseguições e ações autoritárias.

“Envolve toda a sua vida econômica, sua habilidade de comprar coisas, de interagir com a economia, e [uma CBDC] dá o poder a um formulador de políticas de tomar decisões caso a caso de como será sua interação”, avaliou.

Atualmente, algumas das maiores economias do mundo estudam projetos de implementação de CBDCs, caso dos Estados Unidos e zona do euro. A China, por exemplo, já lançou o chamado “yuan digital”.

No Brasil, o Banco Central estuda uma série de projetos para um “Real Digital”, como parte do LIFT Challenge Real Digital. Em junho, o coordenador do projeto descartou à EXAME a possibilidade de controle excessivo por meio de uma CBDC.

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